O Santander Brasil obteve lucro líquido gerencial de R$ 3,664 bilhões no terceiro trimestre de 2024, o que representa alta de 10,0% na comparação com o segundo trimestre e 34,3% ante o mesmo trimestre do ano anterior. O resultado veio acima das projeções dos analistas consultados pelo Valentiaque apontavam um ganho de R$ 3,473 bilhões.
O lucro societário do Santander ficou em R$ 3,548 bilhões entre julho e setembro, com alta de 9,2% no trimestre e 34,2% em um ano.
“O desempenho dos nossos volumes resultado da disciplina na alocação de capital, priorizando a atuação em linhas de maior rentabilidade e boa qualidade de ativos. (…) A margem financeira foi beneficiada tanto pela melhora em margem de clientes, com melhores spreads, como pelo maior resultado de margem com mercado”, diz no balanço o CEO do banco, Mario Leão.
O terceiro maior banco privado do país em ativos contabilizou margem financeira bruta de R$ 15,227 bilhões no terceiro trimestre, com alta de 3,2% ante o trimestre anterior e avanço de 15,8% em relação ao terceiro trimestre de 2023.
A margem com clientes foi de R$ 14,902 bilhões, com alta de 2,8% na comparação trimestral e avanço de 8% em 12 meses. Dentro dessa linha, a margem com produtos subiu 2,7% no trimestre e 8,8% em um ano, a R$ 13,104 bilhões. O spread foi de 9,89%, de 9,81% no segundo trimestre e 9,69% no terceiro trimestre do ano anterior.
Segundo o banco, a margem com clientes foi beneficiada tanto pela margem de produtos como pela de captações, “ambas beneficiadas pelo aumento no volume de crédito, bem como maior quantidade de dias no trimestre”.
Já a margem de operações com o mercado ficou em R$ 325 milhões, com alta de 26,1% ante o segundo trimestre e revertendo resultado negativo de R$ 647 milhões no terceiro trimestre de 2023.
“No ano a margem com mercado mostrou importante recuperação, com resultados positivos no acumulado de 2024, apesar da volatilidade no cenário macroeconômico”.
As despesas líquidas com provisões para devedores duvidosos (PDD) ficaram em R$ 5,884 bilhões, com queda de 0,2% ante o trimestre anterior e alta de 4,7% em 12 meses.
As receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias atingiram R$ 5,334 bilhões, com alta de 2,9% no trimestre e de 13,3% em 12 meses. Já as despesas gerais totalizaram R$ 6,457 bilhões, com aumento de 2,3% no trimestre e de 5,9% em 12 meses.
O retorno sobre o patrimônio (ROE) – excluindo ágio – ficou em 17% no terceiro trimestre, ante 15,5% no segundo trimestre e 13,1% no terceiro trimestre de 2023. O índice de Basileia ficou em 15,3%, de 14,4% e 14,3%, na mesma base de comparação.
O Santander Brasil atingiu 68,3 milhões de clientes em setembro, com alta trimestral de 2% e avanço anual de 6%. Antes o banco falava em clientes vinculados (aqueles que consomem seis ou mais produtos), mas agora mudou a classificação e chama de clientes principais (critério que considera a transacionalidade, crédito de longo prazo e investimentos, sendo necessário duas dessas verticais para o banco ser considerado o principal do cliente.
Se antes a instituição falava em 9,1 milhões de clientes vinculados, agora não abre o número de clientes principais, afirmando apenas que essa base cresceu 11% em um ano.
Segundo o banco, o NPS (métrica de satisfação dos clientes) no segmento de pessoa física ficou em 62 pontos, com alta de 11 pontos em um ano.
O Santander encerrou setembro com R$ 535,958 bilhões na carteira de crédito. O saldo recuou 0,5% ao longo do terceiro trimestre e cresceu 6,6% em um ano. Desconsiderando o efeito da variação cambial, houve crescimento de 0,4% no trimestre e 6,4% em um ano.
A carteira de pessoas físicas, que é a mais relevante para o Santander, aumentou 0,8% no trimestre e avançou 7,8% em 12 meses, para R$ 250,894 bilhões. O segmento foi impulsionado pelas linhas de leasing/veículos e cartão de crédito.
O financiamento ao consumo cresceu 4,7% em relação a junho e 19,5% na comparação com setembro do ano passado, totalizando R$ 79,013 bilhões.
A carteira de empresas ficou em R$ 206,050 bilhões, apontando queda de 3,8% em relação a junho e avanço de 1,1% em 12 meses.
“A carteira ampliada (inclui avais e fianças) de grandes empresas somou R$ 236,749 bilhões, redução de 4,0% em três meses e 1,1% em 12 meses, reflexo da nossa maior seletividade em busca por retornos mais atraentes”. Segundo banco, descontando a variação cambial e um caso específico no atacado, a carteira ampliada teria tido queda de 2,1% no trimestre e 1,3% em um ano.
A carteira de crédito ampliada total ficou em R$ 663,503 bilhões, queda de 0,3% no trimestre e alta de 6,1% em 12 meses.
O Santander Brasil encerrou o terceiro trimestre com inadimplência de 3,2% na carteira de crédito, ante 3,2% em junho e 3% em setembro do ano anterior.
A taxa de calotes de pessoa física ficou em 4,2% no fim de setembro, ante 4,2% em junho e 4,2% no fim do terceiro trimestre de 2023. No caso de pessoas jurídicas, o indicador estava em 1,7% no fim de setembro, de 1,6% e 1,3%, na mesma base de comparação.
“O índice de inadimplência superior a 90 dias atingiu 3,2% em setembro de 2024, avanço de 0,1 pp no trimestre e 0,2 pp no ano, especialmente por conta do segmento de pessoa jurídica”, diz o banco.
A inadimplência de curto prazo (15 a 90 dias) ficou em 3,6% em setembro, de 3,5% em junho e 4,0% em setembro de 2023. Em PF, a inadimplência ficou em 4,9%, de 4,9% e 5,6%, na mesma base de comparação. E em PJ o indicador foi de 1,6%, de 1,6% e 1,9%, respectivamente.
O registro de empréstimos inadimplentes (NPL formation) ficou em R$ 5,902 bilhões no terceiro trimestre. A relação entre o NPL formation e a carteira de crédito alcançou 1,10%, de 1,20% no segundo trimestre e 1,05% no terceiro trimestre de 2023.
O Santander informou ainda que sua carteira renegociada atingiu R$ 29,538 bilhões em setembro, com recuo de 2,5% no trimestre e 14% em 12 meses.
Receita de prestação de serviços e tarifas bancárias
O Santander Brasil informou que suas receitas de prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 5,344 bilhões no terceiro trimestre de 2024, com alta de 2,9% na comparação com o trimestre anterior e 13,3% em relação ao mesmo período do calendário antecendente.
A principal linha de receita é de cartões, que subiu 3,2% no trimestre, chegando a R$ 1,371 bilhão. Na sequência, receitas de conta corrente avançaram 3,7%, a R$ 920 milhões. E comissões de seguros saltaram 6,6%, a R$ 1,058 bilhão.
“Em comparação ao terceiro trimestre de 2023, as receitas de cartões cresceram 14,45%, devido principalmente à expansão de 15,0% do faturamento de crédito, ancorado pelo avanço de 10% no spending médio e pelo avanço de 5 pp na ativação de cartões em até três meses da contratação”, expõe o banco.
No âmbito das despesas gerais, o Santander registrou R$ 6,457 bilhões de julho a setembro, com alta de 2,3% no trimestre e 5,9% em 12 meses. Foram R$ 3,431 bilhões em gastos administrativos (alta de 2,9% no trimestre e 3,9% em um ano) e R$ 3,026 bilhões em despesas com pessoal (alta de 1,6% no trimestre e 8,3% em um ano).
O Santander terminou setembro com 55.035 funcionários, uma queda de 56 empregados sobre junho e avanço de 704 na comparação com setembro de 2023. O número de pontos de atendimento ficou em 2.374, com queda de 133 no trimestre e 382 em 12 meses.
O índice de eficiência do banco – quanto menor, melhor – ficou em 38,9% no terceiro trimestre, de 39,3% no segundo e 42,5% no terceiro trimestre do ano passado.