Newsletter FolhaMercado: Leilões em série – 31/10/2024 – Mercado

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Leilões em série

Uma série de leilões de infraestrutura está sendo realizada esta semana no Brasil. Na lista estão principalmente rodovias e serviços de saneamento básico.

As concessões são feitas tanto pelas gestões estaduais quanto pelo governo Lula (PT).

Quais já foram realizados:

  • Construção e gestão de escolas estaduais em São Paulo;
  • Gestão das rodovias que formam a Rota Sorocabana, também em São Paulo;
  • Serviço de água e esgoto no Piauí.

Mais dois leilões acontecem nesta quinta (31) e sexta-feira (1º). O governo federal vai conceder o trecho entre as cidades de Uberaba e Betim da BR-262 em Minas Gerais, e o governo paulista entrega a gestão das loterias estaduais.

Escolas. O leilão da construção e manutenção de 17 novas escolas em São Paulo foi o primeiro da temporada. Alvo de críticas, ele é questionado na Justiça.

  • A concessão prevê que as obras durem um ano e meio, enquanto a manutenção contratada é de 23 anos.

Nesta quarta, a Justiça de São Paulo suspendeu a operação após uma ação movida por um sindicato de professores. Cabe recurso.

Segundo o governo, o consórcio vencedor não terá nenhuma interferência na parte pedagógica e atuará em questões como limpeza e alimentação. Entenda aqui.

Concorrido… Também em São Paulo, a Rota Sorocabana foi conquistada pela companhia CCR em leilão nesta quarta-feira (30) na B3 (a Bolsa de Valores).

A Rota abrange 12 rodovias, incluindo trechos da Raposo Tavares (SP-270) e da Castelo Branco (SP-280).

↳ O lance foi de R$ 1,601 bilhão, pouco acima dos R$ 1,600 bilhão oferecido por outra das concorrentes, a EcoRodovias.

… e sem concorrência. Já no Piauí, estado com os piores indicadores de saneamento do Brasil, a concessão dos serviços de água e esgoto teve apenas um interessado.

A Aegea venceu com a proposta única de desconto de 1% na tarifa, mais o pagamento de R$ 1 bilhão ao estado, valor mínimo exigido.

↳ A concessão terá duração de 35 anos e prevê investimentos de R$ 8,6 bilhões. São 222 municípios atendidos.


O super MUNDO de Tesla

O faturamento da fabricante chinesa de carros elétricos BYD superou o da concorrente Tesla pela primeira vez em um trimestre.

↳ De julho a setembro, a companhia vendeu US$ 28,2 bilhões (R$ 162,80 bilhões), de acordo com dados divulgados nesta quarta (30).

↳ A fabricante de Elon Musk faturou US$ 25,2 bilhões (R$ 145,3 bilhões) no mesmo período.

Disparada. Os números da receita da BYD foram 24% maiores que os do mesmo trimestre de 2023, refletindo o sucesso dos carros elétricos da marca.

A empresa recentemente atingiu o patamar de 400 mil carros vendidos pela primeira vez em um período de um mês.

A maioria das vendas foi dentro da China, seu maior mercado. Com restrições nos Estados Unidos e Europa (veja mais abaixo), o Brasil tem recebido fortes investimentos para fabricação local dos veículos.

↳ Em número de unidades, a BYD já havia superado a Tesla no início do ano.

Freio? A divulgação dos dados ocorre ao mesmo tempo em que a União Europeia inicia uma cobrança de 35,3% sobre veículos elétricos chineses.

A suposta invasão de produtos abaixo do preço é apontada como uma das causas da crise pela qual passa a indústria automobilística alemã, como apontei na newsletter de ontem.

Nesta quarta, a China anunciou que levou o assunto à OMC (Organização Mundial do Comércio) porque considera a política “protecionista”.

Tesla também vai bem. O desempenho da norte-americana foi bem visto pelos investidores, já que a receita é efeito de um crescimento de 8%. O lucro também foi acima do esperado.

Os números são frutos de uma redução das despesas, como o corte de 10% dos funcionários, e de vendas estáveis.

Depois da divulgação dos dados, o CEO Elon Musk disse esperar uma forte alta nas vendas de carros em 2025, principalmente devido ao lançamento de novos modelos.

↳ No dia seguinte à fala, as ações da companhia dispararam 21,9% na Bolsa americana.

Apoio de Biden. Nos Estados Unidos, onde a montadora de Musk lidera as vendas, a taxação à importação de carros elétricos chineses é de 100% sobre o preço.

A medida começou a valer em setembro para proteger a indústria nacional, incluindo as tradicionais GM e Ford.


Phillip Morris fecha portas

A fabricante de cigarros Philip Morris, dona da Marlboro, pretende fechar duas fábricas na Alemanha em 2025, como reflexo da queda no número de fumantes na Europa.

A companhia aposta forte em dispositivos eletrônicos para manter o consumo de tabaco e nicotina vivo mesmo com a queda de popularidade dos cigarros tradicionais.

Os dispositivos têm seu uso permitido em mais de 30 países, incluindo Estados Unidos, Canadá, Europa, Japão, Austrália e Nova Zelândia.

Não o Brasil… A Phillip Morris tentava trazer seus cigarros eletrônicos para o país há anos. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) manteve, em abril, a proibição da comercialização de qualquer desses produtos.

Sem fogo. O principal produto da fabricante, batizado de iQOS, funciona aquecendo as folhas de tabaco em refil, sem gerar combustão.

↳ A empresa alega que eles fazem menos mal a saúde, sendo uma alternativa aos cigarros tradicionais, e usa o slogan “Futuro sem fumaça”.

Em números: a receita total da Phillip Morris em 2023 foi de US$ 35,2 bilhões (R$ 202,9 bilhões). Desse total, 36,5% vieram de novos produtos como os eletrônicos e gomas de mascar.

UM Folha divulgou recentemente que o plano de marketing da filial japonesa da Philip Morris é expandir o negócio dos cigarros eletrônicos, construindo apoio regulatório e social.

No país, a empresa tinha o objetivo de “acelerar a aquisição” dos dispositivos por novos usuários, conquistando um público não fumante.

Alerta. A OMS (Organização Mundial de Saúde) descreveu o aumento do uso de álcool e cigarros eletrônicos em jovens de 11 a 15 anos na Europa como “alarmante”.

Quase um quarto dos jovens de 18 a 24 anos no Brasil diz ter experimentado vapes em 2023, segundo a organização Vital Strategies, um aumento de 20% em relação a 2022.


Startup da semana: Fique

Uma startup: oferece planos de previdência privada corporativa customizáveis a empresas clientes. A ideia é que os funcionários escolham os valores de contribuição e as opções de investimento, em um modelo inspirado no mercado americano.

  • Entre os apoiadores, estão os fundadores das startups Vestwell e Human Interest, “unicórnios” do setor de previdência nos EUA.

A gestão dos recursos fica sob responsabilidade da Zurich, seguradora global.

Em números: captou R$ 15 milhões em uma rodada seed nesta semana.

Quem investiu: MAYA Capital e Better Tomorrow Ventures, com participação menor da 17Sigma, Grão, Ralicap e Sequoia Capital.

Que problema isso resolve?: oferece opções mais flexíveis que os tradicionais planos de previdência privada aos trabalhadores, com diferentes valores de contribuição, prazos e investimentos, ajudando a formar uma poupança. Para as empresas, tende a diminuir a rotatividade.

Por que é importante: empresas buscam aumentar a atratividade e retenção de funcionários, especialmente diante do aumento de pedidos de demissão no mercado nos últimos anos.

Os R$ 15 milhões serão usados para expansão. A meta é dobrar o time e aumentar em dez vezes o número de clientes no Brasil ainda este ano.

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