O saque-aniversário do FGTS, introduzido em 2019, foi inicialmente uma resposta à crise econômica causada pela pandemia, oferecendo uma maneira para os trabalhadores acessarem parte de seus fundos anualmente. Entretanto, o governo federal tem planos de extinguir essa modalidade em um futuro próximo, alegando diversas dificuldades enfrentadas pelos beneficiários e o impacto econômico deste saque. O interesse em entender essa modalidade cresce à medida que o futuro dessa possibilidade de retirada continua incerto.
O saque-aniversário permite que os trabalhadores retirem valores do FGTS anualmente, baseados no saldo de suas contas, durante o mês de seu aniversário. Em 2023, essa modalidade movimentou R$ 38,1 bilhões, refletindo sua popularidade. Contudo, problemas administrativos e a complexidade das regras, como o bloqueio do saldo após uma demissão sem justa causa, trouxeram críticas significativas à luz.
Quais são os Problemas do Saque-Aniversário do FGTS?
Embora o saque-aniversário pareça benéfico à primeira vista, muitos trabalhadores se queixam das dificuldades em acessar totalmente seus fundos após demissão sem justa causa. Isso se deve à regra que bloqueia o saldo do FGTS por dois anos, permitindo apenas o recebimento da multa de 40% do FGTS nesse período. Essa restrição deixou muitos trabalhadores insatisfeitos por não conseguir acessar o restante de seus fundos quando realmente precisam.
O modelo atual impõe que o trabalhador faça adesão ao saque-aniversário para ter direito a essas retiradas anuais. O montante disponível varia de acordo com o saldo na conta do FGTS, podendo ser sacado em um período específico, sob risco de retorno ao saldo original caso o prazo seja perdido.
Por Que o Governo Quer Acabar com o Saque-Aniversário?
O encerramento do saque-aniversário é impulsionado por dois fatores principais. Primeiro, o bloqueio do saldo afeta diretamente os trabalhadores demitidos sem justa causa, que não podem sacar integralmente seus recursos devido às restrições de dois anos. Em segundo lugar, a modalidade tem consumido recursos que poderiam ser aplicados em financiamentos habitacionais e outros setores fundamentais.
Embora a proposta oficial de término ainda não tenha sido enviada ao Congresso, a expectativa é que isso ocorra em 2024. Entretanto, existem várias partes envolvidas no processo e a data precisa do término ainda é indefinida.
Qual Será o Futuro Alternativo ao Saque-Aniversário?
Ainda não há clareza sobre o substituto do saque-aniversário, mas uma proposta inicial sugere a introdução de um empréstimo consignado usando o FGTS como garantia. Este modelo poderia deixar trabalhadores endividados, devido às altas taxas de juros aplicadas. Além disso, se o trabalhador for demitido, ele perderia direito à parte da multa de 40%, que poderia se tornar uma garantia no pagamento do empréstimo.
Atualmente, existe a possibilidade de um esquema de consignado no qual o trabalhador pode antecipar suas retiradas anuais, mas ele já enfrenta os desafios dos juros altos, uma questão bastante debatida entre opositores desta proposta.
Como o Fim do Saque-Aniversário Poderia Impactar os Trabalhadores?
A possível eliminação do saque-aniversário levanta preocupações entre os trabalhadores, que veem nessa modalidade uma maneira de controlar melhor suas finanças pessoais sem recorrer a empréstimos tradicionais. O principal temor é que as opções alternativas ofereçam menos segurança financeira, devido à necessidade de garantias e do potencial aumento das dívidas pessoais.
Os representantes de diversas frentes parlamentares já expressaram opiniões contrastantes sobre essa mudança, destacando a necessidade de um debate aprofundado e democrático para explorar todas as consequências antes de qualquer retirada definitiva do saque-aniversário.