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Potente! Comissão de frente impulsiona ensaio de alto nível na parte musical e nos quesitos de chão da Imperatriz

Os atabaques da Imperatriz rufaram anunciando mais um ensaio com excelência nos quesitos. Mais do que isso, é incrível constatar como a escola consegue entrar tão bem no clima do enredo, mesmo ainda sem alegorias e fantasias, a gente fecha o olho já está dentro do enredo que conta o “Itan de Oxalá”, mito Yorubá muito importante nas religiões de matriz africana. Nesse aspecto, mestre Lolo e Pitty são grandes responsáveis, pois a parte musical, mais uma vez, além de bem feita, é extremamente dentro do contexto da narrativa. A bossa com atabaques e agogôs de duas bocas entra para o álbum de grande invenções do artista que também apresentou nos últimos anos, só para citar as mais recentes, a bossa em forma de seresta para a Cigana Esmeralda, e o xaxado para o Lampião. Outro fator que traz o enredo completamente para a pista da Rua Euclídes Faria é a comissão de frente comandada pelo estreante na Verde e Branca de Ramos, Patrick Carvalho. A coreografia, a potência e a expressividade dos bailarinos tem sido vista a cada ensaio e ajuda a trazer essa atmosfera religiosa da trama. No mais, tudo normal em um ensaio marcado por muita força no canto e na presença da comunidade, tendo ainda o casal e a evolução mantendo o alto nível dos quesitos da nação Leopoldinense.

O diretor de carnaval, André Bonatte, se mostrou bastante satisfeito com a preparação que a Imperatriz vem fazendo para o próximo carnaval.

“Eu confesso que acho que está muito próximo do que a gente quer. Porque a cada semana é isso, a gente vai avançando, um crescimento que é natural. Eu acho que o carnaval vai se aproximando, as pessoas vão entrando um pouco mais nesse clima de carnaval.Eu acho que a escola já até atingiu a excelência em termos de canto e de evolução. Mas eu não falo isso pra eles (risos). A gente sempre pensa que falta um pouquinho para que a gente possa estar sempre com esse gás, mas pé no chão em saber que ainda é um desafio muito grande tem muito que se trabalhar, porque existe um comportamento sem fantasia, um comportamento com fantasia, enfim, mas dentro do que a gente tem de experiência com os dois últimos anos, eu acho que a Imperatriz está prontinha para o carnaval”, revela o diretor.

Diretor de carnaval, André Bonatte

A Imperatriz será a segunda escola a desfilar no domingo de carnaval, 2 de março, com o enredo “Ómi tútú ao Olúfon – Água fresca para o Senhor de Ifón”, do carnavalesco Leandro Vieira.

Comissão de frente

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Patrick Carvalho tem levado para os ensaios da Rainha de Ramos apresentações marcadas por muita expressividade, potência e em geral com contingentes grandes, variando mais de um elenco. Neste domingo especificamente, o elenco foi mais reduzido e não teve ninguém com fantasia. Mas, isso não impediu que mais uma vez a comissão de frente “tacasse fogo” na escola desde o início. Foi emocionante ver a expressividade com que os bailarinos apresentaram a coreografia, entrando nos personagens mesmo de que falam o elenco como Oxalá, Xangô e Exú, no refrão do meio a gargalhada dos dançarinos era arrepiante, além da dança bem marcada, sincronizada e dentro do enredo. Mais uma vez o artista gerou em quem acompanhava o ensaio uma grande expectativa para acompanhar aquele espetáculo como um todo , quando tiver as fantasias e todos os recursos.

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

André Bonatte elogiou o Patrick e explicou suas características com o enredo. “O tempo que a gente teve aqui com o Marcelo (Misailidis) também foi muito em cima daquilo tudo dentro da nossa expectativa. O Marcelo é um gênio e foi um trabalho que teve bastante sintonia, eu acho que o Marcelo sempre teve essa coisa mesmo da comissão trabalhar para escola. E o Patrick mantém isso, mas ele tem algo diferente talvez no grupo. Porque no ano passado tinha as ciganas e era uma coisa um pouco mais delicada de movimento e esse ano não, é mais vigoroso, como pede o enredo. Eu estava vendo hoje parte da comissão e tem aqueles negros, altos e me lembra justamente aquela comissãodo Fábio de Melo É uma outra postura eu acho que essa postura agora e tem muito a ver com essa cara da Imperatriz para esse carnaval”, finalizou André.

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Fotos: Lucas Santos/CARNAVALESCO

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, mais uma vez, primaram sua dança por darem ênfase às características que se sentem mais à vontade, apresentando o bailado clássico do casal de forma bem sincronizada, suave, com muito envolvimento entre os dois, mas também pontuando o enredo com movimentos em partes chaves do samba como o refrão principal e na segunda vez do “Justiça maior é de meu Pai Xangô “. A apresentação nos locais em que simulavam o módulo foi muito correta e vibrante, mostrando a experiência que o casal já adquiriu pelos anos de Sapucaí. E nos momentos de deslocamento hpuve muito respeito com o público que se aglomerava nas laterais para saudar o pavilhão. Apresentação com excelência.

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Harmonia

A comunidade de Ramos, mais uma vez, está feliz e satisfeita com seu samba o que reflete diretamente em seu canto. Porém, mais do que isso, não se pode deixar de exaltar o trabalho que a diretoria de carnaval e harmonia tem feito com o componente. O samba cresce a cada ensaio e o desafio é não deixar a comunidade se posicionar em uma zona de conforto. Melhorar a cada ensaio em Ramos, para conseguir manter este nível alto de canto, que já está bem natural no componente, que evolui é canta a obra de forma normal. Sobre o carro de som é só mais uma vez elogiar o profissionalismo e o talento de Pitty de Menezes que como citado algumas vezes até pelo carnavalesco Leandro Vieira trouxe a sua voz para marcar esse novo momento da Imperatriz, um casamento que a cada dia mais se mostra muito bem feito. Pitty tem o carro de som na mão e os cantores de apoio aparecem na hora certa brilhando como Pitty, que também, apesar do talento e qualidade, sabe se colocar para o propósito de trazer o brilho maior para o canto do componente. O diretor geral de harmonia da Imperatriz, Thiago Santos, falou sobre como é trabalhar com craques como Pitty e mestre Lolo.

“Primeiro que além de tudo isso,a gente é amigo pra caramba, as famílias são amigas. Hoje eu almocei com o Lolo e já estávamos falando de trabalho, mas é uma forma muito natural de falar porque a gente respeita muito quem a gente admira.Eu admiro muito esses caras que eu trabalho, eu tenho a sorte de trabalhar com eles, eles são caras muito geniais, o que eles entregam musicalmente na avenida é o que é meu componente precisa. Eles se encaixaram perfeitamente e a comunidade se encaixou em volta perfeitamente. É um casamento de muita gente, não só deles, mas da direção de carnaval, que entende o trabalho dela, que respeita o trabalho da harmonia, — deixa a harmonia trabalhar, que corrige nas horas certas e quem brilha na pista aqui da Imperatriz é o componente”, finaliza o profissional.

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Diretor geral de harmonia da Imperatriz, Thiago Santos

Samba-enredo

A comunidade de Ramos tem sido agraciada nos últimos anos com grandes obras que por sua vez refletem não só em seu próprio quesito como permitindo a excelência no canto, na execução de Pitty de Menezes e do restante do carro de som, além de apresentar um grande campo de trabalho para a criatividade de mestre Lolo. A utilização de atabaques e do agogô de duas bocas deu à obra, como citado acima, mais uma bossa para o mestre guardar em seu currículo. E o “Ijexá ao pai de todos os Oris” é completamente ilustrado não só pela bossa de Lolo, mas pelo excelente arranjo do carro de som. No mais, a obra, assinada por Me Leva, Thiago Meiners, Miguel da Imperatriz, Jorge Arthur, Daniel Paixão e Wilson Mineiro, está na boca do povo de Ramos.

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Evolução

Imperatriz talvez seja uma das escolas que melhor começa um desfile, com criatividade mas sem perder a naturalidade. O “caranguejo” deste ano, em que no “Vai começar…” de Pitty de Menezes, os componentes pulam de um lado para outro como no sucesso de música baiana, entra para coleção de grandes inícios como o “palma na mão de macumba ” da Cigana Esmeralda e o forró “dois pra lá e dois pra cá “de Lampião. E isso impulsiona o componente a desde o início do “Vai começar o Itan de Oxalá” a botar o canto e a evolução lá no alto, com muita energia e muita espontaneidade, ainda que se veja alguns momentos de coreografia e alas coreografadas e tudo muito natural com o samba e a intensidade de evolução sendo mantida até o final em um bom nível. Claro que ainda há espaço para melhorias, mais algumas alternativas da direção fizeram bem para o ensaio.

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz

No último domingo, algumas grades que foram colocadas nas laterais da calçada e permitiram que o desfile fosse mais organizado sem tanta gente na rua, garantindo o espaço para os componentes e profissionais que trabalhavam no evento, sem desfavorecer a comunidade que pode acompanhar nas grades de forma confortável o ensaio. Com a organização, a escola evoluiu bem, sem mostrar buracos ou alas emboladas, realizando bem, por exemplo, a entrada da bateria no recuo, apesar do espaço mais apertado pela presença do carro de som estacionado na pista neste momento. De uma forma geral, evoluiu com muita fluidez.

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Outros destaques

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O ensaio contou com a presença da musa Rafa Kalimman que esbanjou simpatia interagindo com o público e com os componentes. A rainha Maria Mariá foi outra que distribuiu simpatia e samba no pé a frente da bateria e no final do ensaio indo para o meio dos ritmistas com muita alegria. Outro grande momento das beldades, foi a musa Tati Rosa, mostrando que a gravidez não é impedimento para o samba, esbanjando saúde e fofura.

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Foto: Nelson Malfacini/Divulgação Imperatriz



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