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Posts sobre bets predominam entre influencers de finanças

Posts sobre bets predominam entre influencers de finanças

O volume de postagens sobre apostas online, conhecidas como “bets”, aumentou em 28% entre os influenciadores de finanças, considerando o primeiro semestre deste ano em comparação com o último semestre de 2023.

Os dados são do “Finfluence 7”, estudo realizado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), que analisa o impacto dos chamados Finfluencers (influenciadores do cenário de finanças) nas redes sociais.

O aumento expressivo do volume de postagens sobre esse assunto reflete uma nova postura dos influenciadores de finanças, que têm adotado um tom educativo e de alerta sobre os riscos financeiros e psicológicos das apostas online.

Nesta edição do Finfluence 7, foram analisadas 335 mil publicações de 571 influenciadores, que gerenciam 1.344 perfis nas quatro principais redes sociais: Instagram, Facebook, X e YouTube. Entre essas publicações, 95% abordam um conteúdo cauteloso, enquanto apenas 5% são classificadas como publicidade.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o número de influenciadores de finanças no Brasil aumentou 11% no último ano, chegando à marca de  571 influenciadores ativos.

Assim como a quantidade de perfis, o engajamento nessa área também alcançou números recordes — o estudo mostra que o tema também tem sido efetivo no engajamento da audiência, resultando em uma média de 1.846 interações por publicação.

A linha tênue entre o entretenimento e o risco

Segundo o estudo, considerando o período de janeiro a junho deste ano, os influenciadores têm atribuído um tom mais educativo às postagens, em sua maioria, ressaltando a importância de interpretar as apostas como entretenimento, e não como uma modalidade de investimento.

Os posts também abordam sobre os perigos de buscar lucros rápidos, que podem facilmente se converter em perdas financeiras. Esse ponto é especialmente relevante, considerando que, em 2023, cerca de 22 milhões de brasileiros realizaram ao menos uma aposta online.

Para Amanda Brum, gerente-executiva de Comunicação, Marketing e Relacionamento com Associados da Anbima, os influenciadores têm atuado de forma responsável, alertando sobre os riscos associados às bets. “Desde 2020, monitoramos o conteúdo dos influenciadores e observamos que, neste ano, o foco em bets aumentou. Eles se mostram atentos aos riscos que esse comportamento pode trazer ao público”, destacou.

Principais temas das postagens sobre Bets

O “Finfluence 7” também mapeou os principais temas discutidos nas redes sociais dos influenciadores de finanças, considerando tanto as redes sociais de pessoas físicas quanto perfis corporativos.

Entre os tópicos de maior engajamento, estão:

  • 19% dos posts trazem histórias de pessoas que perderam grandes somas
  • 18,1% das postagens estão ligados aos conteúdos educativos;
  • 15% delas trazem comparações entre as bets e ativos financeiros como ações, por exemplo.

Outros temas frequentes entre os influencers incluem a regulamentação do mercado de apostas (12,1%), pesquisas sobre o setor (11,9%) e comparações com o mercado financeiro tradicional (11,7%).

A Anbima também destacou no estudo o interesse dos influenciadores em debater os efeitos psicológicos das apostas e sua relação com atividades criminosas, temas que, segundo a entidade, atraem alta atenção do público.

Determinação do STF sobre as bets

Nesta quarta-feira (13), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, determinou que o governo estabeleça medidas para impedir o uso de recursos de programa assistenciais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), em apostas online.

Além dessas medidas urgentes, o ministro também ordenou a aplicação imediata de regras que proíbam a publicidade de sites de aposta voltada a crianças e adolescentes, devendo estas entrar em vigor a partir de janeiro de 2025.

As decisões foram tomadas no âmbito das discussões sobre uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), proposta pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), da qual Fux é o relator.



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