O aumento do uso do Pix, sistema de pagamentos instantâneos no Brasil, trouxe consigo a necessidade de maior atenção dos usuários em relação à segurança. Dentre as fraudes mais comuns, destaca-se o chamado golpe do “Pix errado”. Nesta fraude, um golpista faz uma transferência via Pix para a possível vítima e depois entra em contato afirmando que enviou o valor por engano. A vítima, acreditando na história, devolve o valor para uma conta do golpista, caindo assim no golpe.
Este tipo de golpe tem levado diversas instituições, incluindo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e o Banco Central, a emitirem alertas para a população. A sugestão é sempre verificar a legitimidade do pedido de devolução e nunca transferir dinheiro para contas diferentes da original. Caso o erro seja legítimo, a devolução pode ser feita através do mesmo canal para assegurar a segurança da transação.
É Possível Reaver o Dinheiro de um Golpe de Pix?
Para as vítimas de fraudes ligadas ao Pix, existe a possibilidade de reaver os valores. Segundo especialistas em segurança cibernética, como Antonielle Freitas, advogada na área de direito digital, o processo, embora possível, pode ser complexo. A primeira ação ao perceber que foi alvo de um golpe é relatar o caso à instituição bancária responsável e registrar um Boletim de Ocorrência.
A devolução dos valores pode ser facilitada pelo Mecanismo Especial de Devolução (MED) do Banco Central. Este recurso é voltado para as vítimas de fraudes envolvendo o Pix, e o pedido deve ser realizado dentro de um período de até 80 dias após a transação. O banco do destinatário bloqueia os valores enquanto investiga o caso, podendo concluir a análise em até 7 dias corridos.
Como Acelerar a Recuperação do Dinheiro?
É crucial que a vítima de um golpe de Pix aja rapidamente. Quanto mais cedo a notificação do banco for feita, maiores são as chances de recuperar o valor perdido. Além disso, a documentação cuidadosa de todas as interações com o golpista, bem como os detalhes da transação, são fundamentais para substanciar o pedido de reversão dos valores.
A cooperação entre o banco da vítima e o banco do golpista também é um fator determinante. Mesmo com o MED, o sucesso depende da presença de saldo na conta do golpista, já que sem fundos disponíveis, a devolução não é possível. Caso o processo de avaliação pelo banco exceda 7 dias, uma reclamação formal junto ao Banco Central ou ao Procon pode acelerar a resposta.
Quais Medidas Adotar Caso o Banco Não Complete a Análise?
Se o banco não concluir a análise dentro do prazo, a orientação é para que a vítima entre em contato novamente, registrando formalmente a situação. O uso de canais como a ouvidoria do banco é recomendado. Caso o problema persista, órgãos como o Procon ou a Defensoria Pública podem ser acionados. Ingressar com ação judicial é uma alternativa, porém, pode ser mais demorada e sujeita a circunstâncias específicas do caso.
Como Evitar Golpes Com Transações via Pix?
A prevenção é a melhor estratégia contra fraudes. É essencial verificar a identidade do destinatário antes de qualquer transferência e desconfiar de ofertas ou pedidos suspeitos. Medidas de segurança adicionais, como autenticação em duas etapas, e educação digital através de campanhas de conscientização são fortemente recomendadas.
- Verifique sempre a identidade do destinatário: Nome e CPF/CNPJ devem ser checados.
- Desconfie de ofertas boas demais: Normalmente são tentativas de golpe.
- Ative a autenticação em duas etapas: Protege as contas bancárias de acessos indevidos.
- Cuidado com links suspeitos: Evite clicar e fornecer informações sensíveis.
- Participe de campanhas de conscientização: Mantenha-se informado sobre golpes e como evitá-los.