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OPINIÃO: Estratégias para o mercado imobiliário em tempos de incerteza econômica

OPINIÃO: Estratégias para o mercado imobiliário em tempos de incerteza econômica

Por Daniel Pazinatto*

O mercado imobiliário brasileiro, historicamente um dos pilares da economia nacional, enfrentou um cenário desafiador em 2024. A combinação da alta na taxa Selic, a reforma tributária e um ajuste fiscal rigoroso está moldando um ambiente econômico complexo, que exige cautela e estratégia por parte de investidores e compradores. No entanto, em meio a essas adversidades, surge uma oportunidade única para aqueles que buscam segurança e estabilidade financeira: a aquisição de imóveis como moeda forte.

A decisão do Banco Central de elevar a Selic para 12,25% ao ano, conforme anunciado em dezembro de 2024, tem um impacto significativo no mercado imobiliário. Com juros mais altos, o custo do crédito aumenta, reduzindo a aquisição de residências por famílias ou empreendedores que dependem de financiamento. Por outro lado, a mudança também apresenta oportunidades para investidores que buscam ativos tangíveis e menos voláteis.

A reforma tributária, em discussão no Congresso, adiciona mais uma camada de complexidade ao mercado imobiliário. A proposta é o aumento no desconto sobre a alíquota geral do imposto, que passaria de 40% para 50% nas transações, além da isenção do imposto a pessoas físicas que possuam imóveis de aluguel. As estratégias podem incentivar a formalização de contratos de locação e atrair investidores para o modelo de aluguel. No entanto, também se discute o aumento na tributação sobre ganhos de capital em operações imobiliárias, gerando custos adicionais para quem deseja vender propriedades.

O ajuste fiscal, por sua vez, busca equilibrar as contas públicas e controlar a inflação, mas pode ter efeitos colaterais como a redução de investimentos públicos em infraestrutura ou a contenção de gastos para o desenvolvimento urbano. O município de Campinas (SP), por exemplo, registrou um aumento de 29,5% no lançamento de imóveis em 2024, mas a queda de vendas de imóveis foi de 8,3%, segundo pesquisa do Secovi-SP. Essa contradição reflete como o aumento das taxas de juros e a menor confiança dos consumidores podem impactar o setor, mesmo em regiões com alta demanda potencial.

Com essa soma de fatores, muitos compradores se tornam mais cuidadosos ao considerar a troca de suas aplicações financeiras por um imóvel. No entanto, é importante destacar que a aquisição de imóveis oferece vantagens que podem compensar essa falta de liquidez.

Primeiramente, mesmo em períodos de inflação, os imóveis tendem a se valorizar ao longo do tempo e podem servir como uma proteção contra a desvalorização do dinheiro. A compra de um imóvel proporciona segurança e estabilidade, uma vez que o proprietário adquire um bem físico que não está sujeito às flutuações do mercado financeiro.

Outro aspecto a ser considerado é a possibilidade de geração de renda por meio de aluguéis. A locação residencial e comercial são opções atrativas para os investidores, pois, com a faixa de isenção da reforma tributária, eles podem se beneficiar de maior retorno líquido em contratos de menor valor.

Além disso, a compra de imóveis como moeda forte é uma estratégia eficaz para diversificar o portfólio de investimentos. Em um ambiente de incertezas econômicas, a diversificação é essencial para mitigar riscos. Ao incluir imóveis no portfólio, o investidor protege seu patrimônio contra a volatilidade dos mercados financeiros e a instabilidade política.

Por fim, é importante ressaltar que a compra de imóveis não deve ser vista apenas como uma decisão financeira, mas também como um investimento no patrimônio e na qualidade de vida. Transformando adversidades em ganhos de longo prazo, a escolha de um local adequado às necessidades e ao estilo de vida do comprador garante conforto, segurança e bem-estar para toda a família.

*Formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Paulista, Daniel Pazinatto é empresário e especialista em Gestão de Empreendimentos Privados de Desenvolvimento Urbano. Com 25 anos de experiência, foi presidente da Associação das Empresas de Loteamento e Desenvolvimento Urbano (Aelo) RMC e diretor do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação ou Administração de Imóveis (SECOVI) de Campinas/SP. Atualmente, o profissional é sócio-diretor da Antônio Andrade Empreendimentos Imobiliários, fundada em 1978 pelo seu tio e referência no mercado de loteamento de alto padrão no estado de São Paulo.



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