(iStock.com/JR Slompo)
No acumulado de 2024, as usinas do setor sucroalcooleira tiveram um desempenho aquém do esperado no Ibovespacom as empresas listadas apresentando desempenho negativo até 12h39 em 23 de dezembro, entre elas:
Para 2025, o BB Investimentos espera que os preços do açúcar sigam elevados no mercado global, com oferta mais restrita e forte consumo de emergentes, enquanto a demanda por etanol deve crescer.
Em seu relatório, a ação mais indicada para o setor no ano que vem é a São Martinho (SMTO3). “A empresa tem menor alavancagem, infraestrutura robusta e múltiplos descontados, sugerindo uma performance mais resiliente, ainda que este seja um setor particularmente sensível a altas taxas de juros”, diz.
Além da São Martinho, o relatório completo do BB Investimentos recomenda compra empresa do setor: Jalles, com potencial de valorização de 133%; e Raízen, projetando valorização de 82,9%.
Quanto a Jalles, os analistas da XP Investimentos e BTG Pactual viram números sólidos no último balanço quando a empresa reverteu prejuízo e R$ 33,8 milhões no segundo trimestre da safra 2024/2025 (2T25).
A XP mantém sua recomendação de compra para ação e preço-alvo de R$ 12,40 (potencial de alta de 137,09%), enquanto o BTG recomenda compra com preço-alvo de R$ 12 (potencial de alta de 73,91%)
O momento da Cosan e Raízen
A holding Cosan e sua subsidiária Raízen enfrentou desafios ao longo de 2024, com as ações entre as principais quedas dentro do setor, em um ano marcado pelo “senso de urgência” sobre o que precisa ser feito para restaurar o equilíbrio da estrutura de capital da empresa.
As ações das empresas sofreram duras quedas ao longo do ano, à medida que o aumento da alavancagem e dos custos da dívida forçaram uma redução do patrimônio líquido.
Para o BTG Pactualem relatório de 9 dezembro, há duas obsessões atuais para Cosan: endereçar a alavancagem da holding e restaurar a cultura de agilidade, empreendedorismo e pragmatismo que antes prevalecia em todas as suas subsidiárias, com foco na Raízen.
Pensando nisso, o BTG considera que as empresas devem “voltar ao básico”, revisitando a crescente complexidade do seu portfólio de ativos. Fora isso, a holding entende que o aumento das taxas de juros acabará por forçá-la a encontrar formas de reduzir a dívida e permitir o aumento dos dividendos que chegam das subsidiárias. Apesar disso, o banco mantém sua recomendação de compra para Cosan (preço-alvo de R$ 23) e Raízen (preço-alvo de R$ 7).
No dia 23 de dezembro, o banco reforçou que a Raízen caminha na direção certa após a empresa vender até 31 projetos de usinas de geração solar distribuída (UFVs). No entanto, para o BTG, maiores vendas são necessárias.
O potencial de etanol de milho e novos programas do governo
Em uma conversa recente com o Money Times, a Trígono Capitalgestora especializa em letras maiúsculas, falou sobre as ações que devem se beneficiar com o Programa Mover (Mobilidade Verde e Inovação) e o Combustível do Futuro. A gestora chamou atenção para São Martinho.
“A São Martinho tem um benefício indireto, que é a sustentação do açúcar pela maior demanda de cana-de-açúcar para produção de etanol e futuramente, o SAF. A empresa também investe em biometano, que vamos ter mandatos para mistura de biometano no gás natural, que começa em 2026 com 1% e aumenta gradualmente”, diz.
Segundo Pedro Resende, analista de renda variável da gestora, a São Martinho estuda duplicar a capacidade de etanol de milho, justamente para atender esse aumento de demanda que devemos ver no etanol anidro, que é misturado na gasolina.
Quanto a Jalles, a dinâmica é parecida com a da São Martinho, já que a companhia pode se beneficiar na redução de custos com o biometano e o etanol como combustíveis em máquinas. A empresa também vislumbra investir em etanol de milho e uma planta de biometano.
A top pick dos analistas
Em levantamento mensal com diferentes instituições financeiras para o mês de dezembro, apenas a Cosan entre as usinas contou com recomendações, com 3 indicações. A holding ficou atrás apenas de Klabin (4), Suzano (7) e JBS (13)
O levantamento do Tempos de dinheiro levou em consideração as informações das carteiras de ações divulgadas por 24 instituições. Para dezembro, foram indicadas 70 ações, somando 241 recomendações.