A Bolsa de Valores brasileira (B3) encerrou o pregão desta quarta-feira (13) em leve alta de 0,03%, aos 127.733,88 pontos, com um sutil movimento de recuperação refletindo o contentamento do mercado após as declarações do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o corte de gastos tão esperado será expressivo e que depende apenas de uma autorização do presidente Lula para ser anunciado.
No mercado internacional, após a divulgação dos dados de inflação ao consumidor ontem reforçar as apostas em nova queda do juro nos Estados Unidos em dezembro, hoje o mercado está voltado aos dados do mercado de trabalho, inflação ao produtor (PPI) de outubro, além de discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed) no final do dia.
No Brasil, clima tenso em Brasília em plena véspera do feriado da República, após as duas explosões que ocorreram na Praça dos Três Poderes, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta quarta-feira, movimentando o meio político. A Polícia Federal ainda realiza varredura na região e o caso deve ser investigado como ato de terrorismo.
No cenário econômico, o mercado segue à espera do anúncio do corte de gastos públicos, porém mais otimista após a Veja divulgar detalhes da conversa entre Haddad e o Congresso — a Fazenda teria indicado aos presidentes da Câmara e do Senado um corte de gastos de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, sendo R$ 30 bilhões já em 2025.
Manchetes desta manhã
- Homem tenta invadir o STF e morre após explosão (Valor)
- Meta do Brasil cita corte de combustível fóssil pela primeira vez (Folha)
- Teto na correção do mínimo deve integrar pacote de corte de gasto (Folha)
- Mudança nas normas das emendas parlamentares passa no plenário do Senado (O Globo)
- Senadores aprovam regras para o mercado de crédito de carbono no Brasil (O Globo)
- Projetos de etanol de milho aceleram e demandam R$ 20 bi em investimentos (Valor)
- ArcelorMittal destina R$ 2 bi para expansão (Valor)
- Gigantes da tecnologia investem em IA soberana para ajudar Europa a reduzir dependência dos EUA (CNBC)
- Vitória de Trump leva ouro a mínimas de quase 2 meses, com investidores investindo em ações e criptomoedas (CNBC)
- China se prepara para uma potencial guerra comercial com Trump (Financial Times)
- Bitcoin é negociado acima de US$ 90.000 (The Wall Street Journal)
Mercado global
As bolsas da Europa operam no positivo, em meio a lucros corporativos e dados regionais. Números preliminares em outubro mostraram um crescimento mais acelerado do bloco, mas ainda reportou fragilidade na economia da zona do euro, com a economia alemã mais fraca.
Na Ásia, as bolsas encerraram a sessão em baixa após a divulgação dos dados de inflação norte-americana ontem e no aguardo de novos dados na China. O índice Shenzhen registrou a maior perda do pregão, se aproximando de 3% negativo. Para hoje, entre os indicadores econômicos em destaque, estão previstos os últimos dados de produção e venda no varejo na China.
Em Nova York, o S&P 500 futuro sobe 0,1%, Stoxx Europe +0,6%, o Nikkei caiu 0,5% e o Shanghai -1,7%; enquanto o Bitcoin retomou trajetória de forte aceleração.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro +0,1%
• STOXX 600 +0,6%
• FTSE 100 +0,2%
• Nikkei 225 -0,5%
• Shanghai SE Comp. -1,7%
• MSCI EM -1%
• Dollar Index +0,4%
• Yield 10 anos +1,4bps a 4,465%
• Petróleo WTI estável a US$ 68,41 barril
• Futuro do minério em Singapura -2,3% a US$ 98,25
• Bitcoin +2,9% a US$ 91221,44
Commodities
Petróleo: busca estabilidade em meio à pressão negativa do dólar. O Brent/jan a US$ 72,50, com alta de 0,30% e o WTI/dez a US$ 68,63, avança 0,29%.
A AIE elevou a projeção para o avanço da demanda global por petróleo em 2024 e reduz para 2025 com impactos no consumo da China. O Relatório da Agência Internacional de Energia prevê que a demanda mundial aumentará 921 mil barris diários em 2024 (ante a estimativa anterior de 862 mil). Para 2025, a AIE revisou para baixo a projeção de alta, de 998 mil para 990 mil barris diários.
Minério de ferro: registra queda de 1,37% em Dalian na China, cotado a US$ 104,36/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 2,24% a US$ 98,30/ton e o mercado à vista está em queda de 1,47%, cotado a US$ 100,55/ton.
Expectativa pelo corte de gastos de até R$ 70 bilhões
Segundo fontes próximas ao Ministério da Fazenda, o ministro Fernando Haddad finalizou o pacote de corte de despesas, que já recebeu aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Agora, o governo avalia o momento ideal para encaminhar a proposta ao Congresso Nacional. O valor estimado do corte é de R$ 70 bilhões, um montante que, se aprovado, poderá superar as expectativas dos investidores.
O mercado financeiro está atento ao anúncio oficial e ao envio do projeto ao Congresso, onde o valor poderá ser ajustado ao longo do processo de aprovação.
Analistas apontam que um pacote com corte acima de R$ 50 bilhões deve ser bem recebido pelo mercado, enquanto um valor inferior a R$ 30 bilhões pode gerar descontentamento e ampliar as incertezas sobre a sustentabilidade fiscal do país.
Cenário internacional
Nos EUA, além do discurso de Powell, o dia traz como destaque entre os indicadores econômicos os pedidos semanais de seguro-desemprego e PPI de outubro, previsto para as 10h30, além dos dados sobre os estoques semanais de petróleo, às 13h.
Na zona do euro, o PIB divulgado veio em linha com o esperado pelo mercado, com alta de 0,9% no terceiro trimestre (na comparação anual).
Na China, o mercado aguarda a divulgação dos dados da produção industrial e vendas no varejo de outubro, que devem ser divulgados às 23h.
Cenário nacional
No Brasil, a agenda do dia iniciou com a divulgação do IBC-Br de setembro, pelo Banco Central, às 9h, considerado uma prévia mensal do PIB, que registrou alta de 0,80% em setembro, ante um avanço de 0,2% em agosto e projeção de alta de 0,5%. Também estão previstos para hoje o leilão de LTNs e NTN-Fs do Tesouro e o vencimento de opções sobre ações na B3.
Entre os compromissos do dia, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fala em evento hoje, às 13h.
No mercado financeiro, ontem o dólar avançou 0,4%, cotado a R$ 5,79, enquanto o Ibovespa registrou uma leve alta de 0,03%, aos 127.734 pontos.
Destaques no mercado corporativo
- JBS: reportou lucro de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre, bem acima do registrado um ano antes. A empresa também anunciou o pagamento de R$ 2,2 bilhões em dividendos (R$ 1,00 por ação).
- Marfrig: reverteu prejuízo para lucro de R$ 79 milhões no terceiro trimestre.
- BRF: teve lucro de R$ 1,14 bilhão no terceiro trimestre, ante um prejuízo de R$ 262 milhões há um ano.
- Banco do Brasil: teve um lucro de R$ 9,5 bilhões no terceiro trimestre, com avanço anual de 8,3%.
- B3: reportou lucro de R$ 1,2 bilhão no terceiro trimestre, com alta de 12%.
- Brava Energia: teve lucro de R$ 498,3 milhões no terceiro trimestre, ante um prejuízo de R$ 349,9 milhões um ano antes.
- Cosan: registrou lucro de R$ 292,9 milhões no terceiro trimestre, representando uma queda de 57%.