O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) estreou a primeira semana de 2025 em terreno negativo. No último pregão, o índice fechou em queda de 1,33%, aos 118.532,68 pontos, pressionado pela insegurança do mercado em relação ao cenário fiscal. No acumulado da semana, o Ibovespa recuou 1,44%, ainda na esteira da crise das emendas parlamentares.
Em sentido oposto, o dólar registrou altas consecutivas frente ao real e outras moedas emergentes. Na última sexta-feira (3), a moeda fechou em alta 0,32%; porém, no acumulado da semana, o dólar à vista recuou 0,20%.
Nesta segunda-feira (6), o dólar abriu em queda de 0,76%, a R$ 6,13, enquanto o dólar futuro recua 0,82%, a R$ 6,16. Os juros futuros abriram em queda e o Ibovespa futuro avança 0,65%, aos 120.305 pontos.
A desvalorização acontece após a notícia de que os assessores de Trump exploram planos de tarifas menos severas, provocando reação imediata do mercado, com as Bolsas da Europa em alta, enquanto o DIX e Treasuries seguem em sentido contrário.
No mercado internacional, indicadores como os PMIS dos EUA e da Europa, além do payroll de dezembro e da ata do Fed, que seguem como destaque da semana, trazendo as primeiras perspectivas do mercado de menos cortes de juros nos EUA este ano, com Trump de volta ao poder.
No Brasil, o dia segue traz alguns indicadores econômicos, como o IPCA, dados do mercado de trabalho e a balança comercial de dezembro e acumulado de 2024. A semana inicia em meio às apostas de Selic a 15% diante da inflação desancorada e fiscal fragilizado, a continuidade da crise das emendas parlamentares e uma possível reforma ministerial à vista, visando a governabilidade do presidente Lula.
Manchetes desta manhã
- Aumento forte dos juros deverá acelerar reestruturação de empresas endividadas (Valor)
- Um ano após pacto em Saúde, país tem 2.762 obras paradas (O Globo)
- Alta dos juros deve pressionar custo da dívida de empresas (Valor)
- Mercado eleva estimativa do IPCA de 2025 pela 12ª semana consecutiva e projeta Selic em 15%, diz Focus (Valor)
- Com vendas expressivas de dólares pelo BC, reservas recuam US$ 33,3 bilhões em dezembro (Valor)
- Renda fixa mantém atratividade com juro alto; veja opções para investir em 2025 além do CDI (Folha)
Mercado global
As bolsas da Europa operam mistas em meio aos PMIs e prévia da inflação alemã. O índice Stoxx 600 segue em viés de alta, impulsionado por ganhos nos setores de automóveis e tecnologia. Ações da Volkswagen sobem 1,15% após o anúncio de parceria com a Xpeng da China.
Na Ásia, as bolsas encerraram o primeiro pregão da semana sem direção definida, com destaque para a forte alta das empresas ligadas à tecnologia. A Microsoft anunciou investimento de cerca de US$ 80 bi na construção de data centers para treinamento de modelos de IA e aplicações em nuvem. A Samsung e a TSMC registraram ganhos acima de 2%.
No Japão, os índices fecharam em queda, assim como na China, que após pedido para que os fundos mútuos limitem as vendas de ações neste início de ano.
Em Nova York, os índices futuros em NY operam em alta, beneficiados pelas ações do setor de chips, como Nvidia, que subiu 4,45%. O S&P 500 futuro sobe 0,5%, Stoxx Europe +0,1%, o Nikkei fechou em queda de 1,5% e o Shanghai -0,1%.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro +0,5%
- STOXX 600 +0,1%
- FTSE 100 -0,2%
- Nikkei 225 -1,5%
- Shanghai SE Comp. -0,1%
- MSCI EM +0,4%
- Dollar Index -0,3%
- Yield 10 anos +2bps a 4,6178%
- Petróleo WTI -0,1% a US$ 73,87 barril
- Futuro do minério em Singapura -1,5% a US$ 96,7
- Bitcoin +0,4% a US$ 98880,5
Commodities
- Petróleo: realiza lucro com dólar forte após duas semanas de ganhos. O Brent/mar cai 0,16%, a US$ 76,39 e o WTI/fev também cai 0,16%, a US$ 73,84.
- Minério de ferro: fechou em queda de 2,21% em Dalian na China, cotado a US$ 102,54/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 1,68%, cotados a US$ 96,65,80/ton. O mercado à vista está em queda de 1,40%, cotado a US$ 97,45/ton
Cenário internacional
Nos EUA, destaque para o PMI dos EUA de dezembro, às 11h45, e para o discurso da diretora do Fed, Lisa Cook. Ao longo da semana, a agenda terá o relatório Jolts de novembro (7), inflação ao produtor da Zona do Euro de novembro e relatório ADP de dezembro dos EUA na quarta-feira (8) e payroll dos EUA de dezembro na sexta-feira (10). Na quinta-feira (9) é feriado nos EUA, em luto por Jimmy Carter. As bolsas em NY ficarão fechadas e os Treasuries terão pregão mais curto.
O deputado republicano Mike Johnson foi reeleito presidente da Câmara dos EUA. No Canadá, o premiê Justin Trudeau deve renunciar nesta semana como líder do Partido Liberal em meio às pressões de parlamentares.
Cenário nacional
No Brasil, a agenda inicia com o tradicional Boletim Focus, com projeções de alta para o câmbio e inflação este ano. Nesta segunda-feira, destaque para indicadores econômicos como o PMI composto de dezembro, previsto para as 10h, e a balança comercial de dezembro, às 15h.
Ao longo da semana, serão divulgados dados sobre a produção industrial de novembro, na quarta-feira (8), vendas no varejo na quinta-feira (9) e o IPCA de dezembro na sexta-feira (10).
Em Brasília, o presidente Lula volta a despachar do Planalto, após semanas afastado por recomendação médica, e se reúne com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, às 10h.
Destaques no mercado corporativo
- Azul: confirmou acordo com o fisco e dedução de mais de R$ 1,8 bilhão das dívidas tributárias.
- Gol: teve prejuízo de R$ 176 milhões em novembro e receita de R$ 1,74 bilhão, segundo prévia operacional.
- Eneva: anunciou programa de recompra de até 50 milhões de ações e a retomada de operação de gás natural em Sergipe.
- BR Malls: emitirá R$ 625 milhões em debêntures.
- Capital Research: aumentou participação na JBS para 5,03%.
- JHSF: vendeu fatia de 18% no shopping Ponta Negra por R$ 82 milhões.
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