A Bolsa de Valores brasileira (B3) encerrou o pregão desta quinta-feira (12) em queda de 2,74%, aos 126.042,21 pontos, com seu pior desempenho diário desde janeiro de 2023, após o Comitê de Política Monetária (Copom) sinalizar que novos aumentos na taxa Selic, de 1 ponto percentual (pp), acontecerão nas duas próximas reuniões, de janeiro e março de 2025.
O Ibovespa abriu em queda de 1,16%, aos 128.094,30 pontos; enquanto o Ibovespa futuro recuava 0,24%, aos 129.685 pontos. Nenhuma empresa operava em alta no momento da abertura.
Nesta sexta-feira (13), o dólar abriu em queda de 0,36%, a R$ 5,98 e o dólar futuro avança 0,10%, a R$ 5,99. Os juros futuros abriram mistos, em queda na ponta longa; enquanto o Ibovespa futuro se apresenta estável, recuando 0,04%, aos 126.240 pontos.
No mercado internacional, o presidente Emmanuel Macron acaba de nomear o novo primeiro-ministro François Bayrou, líder do partido centrista MoDem, como novo primeiro-ministro da França. Bayrou enfrentou o desafio de lidar com um cenário político fragmentado, após a aliança entre Marine Le Pen e parlamentares de esquerda derrubarem Michel Barnier durante a votação para aprovar um orçamento rigoroso no parlamento.
Os dados de inflação produtor (PPI) dos Estado Unidos vieram maiores que o previsto, mas não têm força para impedir a aposta de corte de juros pelo Fed na próxima semana. Nesta sexta-feira (13), o mercado segue fraco de indicadores econômicos, mas com foco na divulgação de indicadores de atividade econômica na Europa.
Os índices futuros dos EUA operam em alta nesta sexta-feira (13), com destaque para setor de tecnologia, após resultados da Broadcom mostrarem aumento da demanda por processadores ligados à inteligência artificial.
No Brasil, em relação ao estado de saúde do presidente Lula, o dreno intracraniano da cabeça foi retirado e os procedimentos médicos ocorreram “sem intercorrências”, segundo a equipe médica do Hospital Sírio-Libanês. O presidente pode deixar a UTI hoje e retomar as funções normais de trabalho na próxima semana.
Destaque também para a divulgação do IBC-Br de outubro, que registrou alta de 0,14% em outubro, frente ao avanço de 0,8% em setembro.
O fiscal, portanto, continua como protagonista no cenário nacional. Em meio às pressões do Congresso, o Planalto anunciou para esta sexta-feira a liberação de R$ 1,7 bilhão em emendas para garantir o andamento de projetos no Congresso, como a reforma tributária e o pacote fiscal. Para acelerar as pautas no plenário, a Câmara suspendeu as sessões nas comissões até o fim do ano.
Manchetes desta manhã
- Lula tem boa recuperação e deve ter alta até terça-feira (Valor)
- Atraso no pacote de Lula leva a impasse sobre salário mínimo de 2025 (Folha)
- Senado aprova regulamentação da tributária sem sobretaxar armas (Folha)
- Mesmo com leilão do BC e alta dos juros, dólar tem mais um dia de alta (Estadão)
- Gasto de Estados e municípios traz risco fiscal elevado (Valor)
- CCR e Azevedo e Travassos vencem leilões (Valor)
- Economia do Reino Unido sofre em outubro os primeiros declínios consecutivos desde 2020 (Reuters)
- China sinaliza prontidão para consertar laços com os EUA antes da posse de Trump (CNBC)
- Bundesbank reduz previsão de crescimento e soa alarme sobre guerra comercial (Financial Times)
- Conselheiros de Trump buscam reduzir ou eliminar reguladores bancários (The Wall Street Journal)
- Amazon de Bezos doará US$ 1 milhão para posse de Trump (The Wall Street Journal)
Mercado global
As bolsas da Europa operam mistas enquanto investidores avaliam política e dados econômicos e assimilam a fraqueza econômica após o corte nos juros do BCE anunciado nesta quinta-feira (12).
Alguns dados também impactam os índices: as exportações alemãs caíram 2,8% em outubro, mais do que o esperado; enquanto a inflação na França acelerou 1,7% em novembro, em linha com a prévia.
Na Ásia, as bolsas encerraram a semana majoritariamente no negativo, com a falta de informações sobre o pacote econômico na China. As autoridades de Pequim repetiram a informação de que a política fiscal será proativa e moderadamente frouxa em 2025, o que não agradou o mercado, que esperava mais do encontro da Conferência Central de Trabalho Econômico.
Em relação às demais praças, apenas o índice Kospi fechou em alta, persistindo na tentativa de recuperar-se do baque sofrido com a crise política do país.
Em Nova York, o S&P 500 futuro sobe 0,3%, Nasdaq futuro +0,7%, Stoxx Europe cai 0,2%, o Nikkei fechou em baixa de 1% e o Shanghai -2%.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro +0,3%
- STOXX 600 -0,2%
- FTSE 100 +0,1%
- Nikkei 225 -1%
- Shanghai SE Comp. -2%
- MSCI EM -0,5%
- Dollar Index estável
- Yield 10 anos estável a 4,3317%
- Petróleo WTI +0,9% a US$ 70,62 barril
- Futuro do minério em Singapura -1,9% a US$ 104
- Bitcoin +0,2% a US$ 99981,13
Commodities
- Petróleo: sobe perto de 1%, rumo ao primeiro ganho semanal desde o fim de novembro. O brent para fevereiro sobe 0,72%, a US$ 73,94. O WTI para janeiro, avança 0,83%, a US$ 70,60.
- Minério de ferro: fechou em queda de 1,12% em Dalian na China, cotado a US$ 109,49/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 1,99%, cotado a US$ 103,95/ton. O mercado à vista está em queda de 1,10%, cotado a US$ 105,00/ton.
Cenário internacional
Nos EUA, a agenda do dia segue esvaziada de indicadores econômicos. Para a semana seguinte, o mercado aguarda a divulgação sobre as vendas no varejo e produção industrial dos EUA de novembro na terça-feira (17), a decisão de juros dos EUA pelo FOMC na quarta-feira (18) e inflação PCE de novembro dos EUA na sexta-feira (20).
Fora dos Estados Unidos, a agenda traz a decisão de juros do Banco da Inglaterra (BoE) e do México na quinta-feira (19).
Na Alemanha, o chanceler Olaf Scholz deve realizar um voto de confiança no parlamento na segunda-feira (16), o que abriria caminho para eleições antecipadas.
Cenário nacional
No Brasil, destaque para a aprovação do projeto da reforma tributária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quinta-feira (12), com ressalvas sobre as emendas propostas. Agora, o texto deve retornar à Câmara dos Deputados e, se não houver impedimentos, poderá ser sancionada pelo presidente Lula ainda este ano, segundo declaração do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante a reunião do Conselhão, realizada no Itamaraty.
Na agenda do dia, destaque para a divulgação do IBC-Br de outubro pelo Banco Central hoje às 9h, que é considerado uma referência mensal do PIB.
Para a próxima semana, o mercado aguarda o tradicional Boletim Focus na segunda-feira (16) e ata do Copom na terça-feira (17).
No mercado financeiro, ontem o dólar avançou 0,7%, a R$ 6,009, e o Ibovespa recuou 2,74%, aos 126.042 pontos, com preocupações com cenário fiscal de volta ao centro das atenções.
Destaques no mercado corporativo
- Copel e Eletrobras: fazem descruzamento de ativos no valor de R$ 5,5 bilhões. O conselho de administração da Eletrobras aprovou a deslistagem de ações na Latibex, a Bolsa de Madri.
- Telefônica Brasil (Vivo): distribuirá R$ 1,2 bilhão em juros sobre capital próprio (R$ 0,736 por ação).
- Eneva: anunciou a emissão de R$ 1,2 bilhão em debêntures.
- Simpar: fechou acordo para a compra de 114,6 milhões de ações da Automob por R$ 226 milhões.
- Cemig: anunciou seu Plano de investimentos de R$ 39,2 bilhões (2025-2029), com foco em distribuição, geração e transmissão.
O Banco do Brasil suspendeu temporariamente a concessão de empréstimos consignados do INSS por meio de bancos correspondentes, devido à inviabilidade da modalidade frente à atual taxa Selic. As contratações realizadas diretamente co