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Morning Call: Pacote de redução de gastos e resultados das 'big techs' movimentam o mercado

Morning Call: Dólar atinge maior nível desde 2021 em meio a incertezas sobre pacote fiscal

A Bolsa de Valores brasileira (B3) perde forças à medida que aumentam as expectativas do mercado pelo anúncio do pacote fiscal do governo com o corte de gastos, prometido para após as eleições. O Ibovespa, principal índice da Bolsa encerrou o pregão desta terça-feira (29) em queda de 0,37%, aos 130.729,93 pontos.

No mercado internacional, o foco está voltado para a divulgação dos resultados das big techs, que sustentam os principais índices, enquanto o mercado aguarda o payroll e as eleições dos Estados Unidos. Atenção também à divulgação de indicadores econômicos importantes na semana, como a divulgação de mais um dado do emprego (pesquisa ADP), o PIB do terceiro trimestre nos EUA e na zona do euro e os PMIs da China.

No Brasil, com olhar voltado aos indicadores econômicos, o mercado alimenta expectativa de que o IGP-M deva acelerar sobre o mês de setembro e o Caged recuar ligeiramente na criação de postos de trabalho; além, claro, das tão aguardadas medidas de contenção de gastos que devem ser anunciadas a qualquer momento pelo governo.

Manchetes desta manhã

  • Incerteza fiscal e cenário externo levam dólar a R$ 5,76, maior cotação desde março de 2021 (Valor)
  • Campos Neto cobra ajuste a afirma que mercado duvida de inflação na meta (Folha)
  • Ações sobre reforma da Previdência no STF podem custar R$ 389 bilhões (Folha)
  • Governo prepara linha de R$ 8 bi para converter pasto degradado (Valor)
  • Boeing e sindicato em greve realizam primeira reunião desde a última rejeição de contrato (Reuters)
  • Crescimento da zona do euro atinge máxima de dois anos de 0,4% (CNBC)
  • Lucro da Volkswagen cai 42% no terceiro trimestre em meio a planos de reforma abrangentes (CNBC)
  • Ações da Alphabet sobem com ganhos impulsionados pela receita da nuvem (CNBC)
  • Banco suíço UBS supera expectativas do terceiro trimestre com lucro de US$ 1,4 bilhão (CNBC)
  • Gigantes de Wall Street farão aposta de US$ 50 bilhões em projetos de IA e energia (The Wall Street Journal)

Mercado global

As bolsas da Europa registram queda com análise de resultados trimestrais e dados de crescimento regional, de olho em eventos de risco como o primeiro orçamento do governo trabalhista britânico após 14 anos de governo conservador.

Na Ásia, os principais índices fecharam majoritariamente em queda, com exceção para o Japão, que encerrou o pregão desta quarta-feira em alta, influenciado pelo bom desempenho das ações das montadoras, além dos papéis de tecnologia.

Em Nova York, o índice S&P 500 futuro sobe 0,2%, Stoxx Europe recua 0,8%, o Nikkei fechou em alta de 1% e o Shanghai -0,6%. O rendimento (yield) dos treasuries de 10 anos recua para 4,21%.

Confira os principais índices do mercado:

• S&P 500 Futuro +0,2%
• STOXX 600 -0,8%
• FTSE 100 -0,2%
• Nikkei 225 +1%
• Hang Seng -1,5%
• Shanghai SE Comp. -0,6%
• MSCI EM -0,6%
• Dollar Index -0,2%
• Yield 10 anos -3,6bps a 4,2182%
• Petróleo WTI +1% a US$ 67,89 barril
• Futuro do minério em Singapura +0,2% a US$ 103,75
• Bitcoin +0,2% a US$ 72447,88

Commodities

  • Petróleo: tem alta próxima de 1% com dados do setor mostrando redução inesperada nos estoques dos EUA. O brent/dez sobe a US$ 71,59 (+0,66%) e o WTI/dez a US$ 67,73 (+0,77%)
  • Minério de ferro: tem alta de 0,38% em Dalian na China, cotado a US$ 110,27/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 0,62% a US$ 103,50/ton e o mercado à vista está em queda de 0,34%, cotado a US$ 103,75/ton.

Expectativa sobre o pacote fiscal

Nas últimas semanas, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou que o pacote fiscal incluiria medidas como cortes nos “super salários” do funcionalismo público, o que trouxe um alívio momentâneo ao mercado. Porém, com o atraso na apresentação e a falta de detalhes, a preocupação dos investidores com o desequilíbrio entre receita e despesa do governo vem aumentando.

A ausência de um plano fiscal concreto tem pressionado o dólar, que fechou a R$ 5,76, e os juros futuros, que subiram nos últimos dias. Esse aumento nos juros reflete o temor de que a situação fiscal possa piorar, o que exigiria ações mais drásticas no futuro.

Cenário externo pesa sobre o Ibovespa

Além da incerteza no cenário doméstico em torno do corte de gastos do governo, fatores internacionais também têm influenciado o comportamento dos investidores.

Com a aproximação das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o mercado global está dividido em relação aos impactos das políticas fiscais de Donald Trump e Kamala Harris, propensos a aumentar os gastos públicos e contribuir para elevação das taxas de juros nos EUA, fortalecendo o dólar globalmente.

No pregão desta terça-feira (29), a Nasdaq, focada em empresas de tecnologia, registrou alta, enquanto os índices S&P 500 e Dow Jones fecharam em queda.

O destaque foi o setor de tecnologia, com empresas como o Google, que divulgou um lucro líquido de US$ 26 bilhões. Outros gigantes como Facebook, Microsoft e Apple também divulgarão seus resultados nos próximos dias, com expectativas de crescimento de 18% nos lucros.

Cenário internacional

Nos EUA, a agenda do dia iniciou com a primeira leitura do PIB do terceiro trimestre às 9h30. Antes, às 9h15 o relatório ADP de criação de vagas no setor privado de outubro.

Em destaque no calendário de balanços de hoje, o mercado aguarda a divulgação dos resultados da Meta e da Microsoft, após o fechamento.

Na zona do euro, o PIB subiu 0,4% no terceiro trimestre, na comparação trimestral, acima do projetado pelo mercado, de alta de 0,2%; enquanto na China está previsto para as 22h30 a divulgação do PMIs industrial e de serviços do país.

Cenário nacional

No Brasil os principais destaques da agenda pela manhã foram a divulgação dos dados de operações de crédito de setembro pelo Banco Central, às 8h30 e mais tarde, às 14h30, deve sair o Caged de setembro, com projeção do mercado de criação de 224 mil vagas de trabalho.

Na agenda do dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participou de cerimônia da Nova Indústria Brasil com o presidente Lula, às 11h, e deve estar presente em mais um evento às 18h30. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, palestra em evento em São Paulo hoje, às 14h30.

No mercado financeiro, ontem o dólar subiu 0,9% do dólar, a R$ 5,761, o maior nível desde março de 2021, e queda de 0,37% do Ibovespa, aos 130.730 pontos após Haddad dizer que não há data prevista para o anúncio de medidas de corte de gastos pelo governo e que “não chamaria de pacote”.

Destaques no mercado corporativo

  • WEG: reportou lucro de R$ 1,57 bilhão no terceiro trimestre, representando um crescimento de 20,4% na comparação anual, e teve receita de R$ 9,85 bilhões, avanço de 22,1%.
  • Petrobras: o material para explorar petróleo na Foz do Amazonas foi rejeitado pelos técnicos do Ibama e recomendaram o arquivamento do processo. Porém, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse que a Petrobras ainda tem espaço para dar mais detalhes do plano.
  • Vale: Fitch elevou a perspectiva da companhia de estável para positiva.
  • Klabin: celebrou acordos com a TIMO para investimentos em ativos florestais no Paraná, São Paulo e Santa Catarina, parte do projeto Plateau.
  • Grupo Ultra: está trazendo de volta os postos Texaco ao Brasil e o primeiro posto será aberto amanhã em Palhoça (SC), segundo o site Brazil Journal.
  • Equatorial: teve um crescimento de 5,2% na energia injetada no terceiro trimestre, para 17.777 gigawatts-hora (GWh).
  • XAI: a empresa de inteligência artificial de Elon Musk está em negociações com investidores para uma rodada de financiamento que a avaliaria em cerca de US$ 40 bilhões, de acordo com o Dow Jones.
  • SLC Agrícola: fará oferta de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) de até R$ 400 milhões.

Acompanhe as principais notícias do mercado financeiro todas as manhãs, também no Podcast Café do Mercado, uma produção do Monitor do Mercado.

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