O cenário fiscal segue pressionando o mercado brasileiro, e o primeiro pregão pós-Natal foi marcado por novas discussões entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso sobre a liberação de emendas parlamentares.
Nesta quinta-feira (26), o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em leve alta de 0,26%, aos 121.077 pontos. O desempenho foi apoiado pelo dia positivo das maiores ações da Bolsa — Vale (+0,29%), Petrobras ON (+1,26%) — e dos bancos, Itaú (+0,65%) e Bradesco ON (+1,13%).
Nesta manhã, o dólar voltou a operar em alta na abertura desta sexta-feira (27), avançando 0,34%, aos R$ 6,20. No último pregão, a moeda norte-americana recuou 0,09%, a R$ 6,17, após um novo leilão de US$ 3 bilhões.
Após dias mais calmos, a agenda econômica está recheada de dados nesta sexta, especialmente no Brasil. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou números do mercado de trabalho e de inflação.
O indicador prévio da inflação brasileira, o IPCA-15, encerrou o ano com alta mensal de 0,34%, acumulando uma alta de 4,71% no ano. O indicador desacelerou em relação a novembro, puxado pelo grupo de Energia, que caiu 5,71% no mês, mas terminou o ano acima do teto da meta, de 4,5%.
A Pnad Contínua, que traz dados sobre o mercado de trabalho, apontou para uma taxa de desemprego de 6,1%, renovando a menor taxa da série histórica, iniciada em 2012. A população ocupada também foi recorde, alcançando 103,9 milhões.
No mercado internacional, a agenda está esvaziada, mas terá novos dados sobre os estoques de petróleo nos Estados Unidos. Ontem, os três principais índices de Nova York (Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq) registraram um pregão sem direção única, contrariando as expectativas para o “rali de Natal”.
Somente o Dow Jones (+0,07%) encerrou o dia no terreno positivo, nem mesmo as maiores ações de tecnologias conseguiram impulsionar a Bolsa de Nova York, e o índice Nasdaq fechou em queda de 0,05%.
Manchetes do dia
- Inflação de alimentos deve ser menor em 2025, mas seguirá pesando mais (Folha de S.Paulo)
- Avião da Embraer foi abatido por um míssil russo, dizem investigadores (Folha de S.Paulo)
- Lira cobra ministros sobre emendas e diz que dará satisfações ao STF (Estadão)
- Em mandato atípico, Campos Neto foi quem mais descumpriu metas (Estadão)
- Trump e Maduro desafiam política externa do Brasil (O Globo)
- Mensagem de fim de ano de Lula troca otimismo por cautela (O Globo)
- Para analistas, dólar continua no nível de R$ 6 em 2025 (Valor Econômico)
- Clima em 2025 preocupa o agronegócio (Valor Econômico)
- Parlamento da Coreia do Sul destitui presidente interino Han; Yoon vai a julgamento (Reuters)
- China investiga importações de carne bovina; excesso de oferta pressiona preços (Reuters)
- Presidente alemão dissolve parlamento para eleições antecipadas de 23 de fevereiro (Reuters)
- Indice Nikkei do Japão caminha para o melhor fechamento de ano desde 1989 (Financial Times)
Mercado global
Os índices futuros de Nova York operam em queda nesta manhã, refletindo o baixo volume de negociações típico do fim de ano. O movimento ocorre em reação ao aumento nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA, com a T-note de 10 anos subindo de 4,57770% para 4,60960%.
Na Europa, o índice Stoxx 600, principal termômetro das ações europeias, opera em alta após o período sem negociações no Natal, buscando interromper uma sequência de duas semanas de perdas.
Na Ásia, as principais bolsas do continente fecharam o pregão em alta. Na China, os mercados avançaram impulsionados por dados de lucro industrial, que registrou uma queda menor que o esperado. Por outro lado, a bolsa de Seul caiu pelo terceiro pregão consecutivo, após o impeachment do presidente interino Han Duck-soo.
Confira os principais índices nesta manhã:
- S&P 500 Futuro: 6.076 pontos (-0,32%)
- STOXX 600: 506.40 pontos (+0,52%)
- FTSE 100: 8.141 pontos (+0,05%)
- Nikkei 225: 40.277 pontos (+1,77%)
- Shanghai SE Comp.: 3.400 pontos (+0,06%)
- MSCI EM: 1.082 pontos (-0,20%)
- Dollar Index: 107,96 pontos (-0,15%)
- Yield 10 anos: +0,61bps a 4,605%
- Petróleo WTI: US$ 70,35 barril (+0,73%)
- Futuro do minério em Singapura: US$ 100,90/ton (-2,13%)
- Bitcoin: US$ 96.590 (+0,89%)
Commodities
Minério de ferro: Fechou em queda de 2,63% em Dalian na China, cotado a US$ 104,05/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 2,13%, cotado a US$ 98,85/ton e o mercado à vista em queda de 0,72%, cotado a US$ 103,50/ton.
Petróleo: Commodity caminha para ganho semanal com esperanças de estímulo da China. Brent para fevereiro sobe 0,34%, a US$ 73,51, enquanto o WTI para fevereiro avança 0,47%, a US$ 69,95
Destaques no cenário corporativo
- Suzano (SUZB3): Negou à CVM que esteja avaliando a aquisição da americana Clearwater Paper.
- Oi (OIBR3;OIBR4): Concluiu a venda e transferência de 100% das ações da SPE Imóveis Selecionados por R$ 40 milhões.
- Jalles Machado (JALL3): Produziu recorde de 7,868 milhões de toneladas de açúcar na safra 2024/2025, alta de 7,1% em relação ao ciclo anterior. O volume ficou 4,4% abaixo da previsão devido a condições climáticas adversas.
- Taesa (TAEE11): Obteve liberação do ONS para entrada em operação comercial de ativo da subestação Colinas, do empreendimento Novatrans. O ativo gerará adicional de R$ 10,8 milhões em Receita Anual Permitida (RAP) no ciclo 2024/2025.
- Hidrovias do Brasil (HBSA3): Cancelou aumento de capital de até R$ 1,5 bilhão aprovado em outubro, justificando o não alcance do valor mínimo de subscrição e deterioração do cenário econômico.
- Grupo 123 Milhas: Protocolou plano de recuperação judicial para dívidas de R$ 2,3 bilhões, oferecendo opção de “cashback” e descontos de até 40% para clientes com valores a receber.