A Bolsa de Valores brasileira (B3) e outras Bolsas pelo mundo despencaram nesta quarta-feira (18), após a decisão do Federal Rerserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos. O corte da taxa básica de juros dos EUA foi de 0,25 ponto percentual (pp), para o intervalo de 4,25% e 4,5% ao ano; em linha com as projeções do mercado.
No entanto, o Fed surpreendeu ao projetar um cenário de juros mais altos do que o esperado para 2025, sinalizando dificuldade com a inflação, que permanece elevada apesar dos últimos dados sobre o mercado de trabalho.
Logo após a divulgação, as bolsas dos Estados Unidos inverteram para queda e o índice Dow Jones marcou a décima baixa consecutiva, a mais longa desde outubro de 1974. O VIX, conhecido como “índice do medo”, disparou a 74,04%.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, despencou 3,15%, aos 120.771,88 pontos, impactado pela decisão do Fed e pelas preocupações internas em relação ao cenário fiscal.
Já o dólar à vista, atingiu a máxima histórica, em alta de 2,78%, chegando a R$ 6,26 no fechamento do mercado. Nesta quinta-feira (19), o dólar abriu em queda de 0,34%, a R$ 6,24.
No mercado internacional, as decisões dos Bancos Centrais seguem em foco, no day after do Fed. Durante a madrugada desta quinta-feira, o BoJ decidiu manter a taxa inalterada em 0,25%; enquanto há pouco o BoE inglês optou por manter os juros a 4,75%. Nos Estados Unidos, expectativa para a divulgação do PIB do terceiro trimestre.
No Brasil, entre os indicadores econômicos importantes, foi divulgado o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro de 2024, que mostra as diretrizes das políticas adotadas pelo Copom e projeções para a inflação. O foco do mercado, portanto, persiste no cenário fiscal. O Senado deve votar ainda hoje o projeto de lei sobre o corte de gastos.
Manchetes desta manhã
- Deputados aprovam fim do DPVAT sete meses após recriá-lo (Folha)
- Congresso veta corte de emenda e eleva valor do Fundo Partidário (Estadão)
- Em novo dia de estresse, dólar vai a R$ 6,26 e BC voltará a intervir hoje (Estadão)
- Crise de confiança na política fiscal abala mercados; dólar dispara e vai a R$ 6,26 (Valor)
- Setores fazem contas sobre futura tributação (Valor)
- BoJ mantém taxas ultrabaixas, mas dá poucas pistas sobre quando pode aumentar (Reuters)
- Trabalhadores da Amazon farão greve em vários armazéns dos EUA na temporada de férias (Reuters)
- Israel ataca portos e alvos energéticos no Iêmen (Reuters)
- Mercados europeus caem com perspectiva do Fed; Riksbank da Suécia corta taxas (CNBC)
- O Fed prevê apenas dois cortes nas taxas em 2025, menos do que o projetado anteriormente (CNBC)
- Governo dos EUA quase fecha após Trump atacar projeto de lei de financiamento (Financial Times)
- Futuros de ações sobem após liquidação alimentada pelo Fed (The Wall Street Journal)
Mercado global
As bolsas da Europa operam em forte queda e caminham para maior queda percentual em cinco semanas após decisão do Fed. Investidores ficam mais resistentes aos ativos de maior risco, incluindo ações e commodities.
Na Ásia, as bolsas fecharam em queda, com exceção de Shenzhen, na China, impactadas pela decisão do Fed sobre os juros dos EUA e também pelo posicionamento do Banco do Japão de manter a política monetária inalterada.
Em Nova York, os índices futuros apresentam recuperação, após as perdas ontem. O S&P 500 futuro sobe 0,5%, Stoxx Europe cai 1,3%, o Nikkei fechou em baixa de 0,7% e o Shanghai -0,4%.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro +0,5%
- STOXX 600 -1,3%
- FTSE 100 -1,2%
- Nikkei 225 -0,7%
- Shanghai SE Comp. -0,4%
- MSCI EM -1,2%
- Dollar Index -0,1%
- Yield 10 anos +0,8bps a 4,5221%
- Petróleo WTI estável a US$ 70,56 barril
- Futuro do minério em Singapura -1,1% a US$ 101,6
- Bitcoin +1,3% a US$ 102309,5
Commodities
- Petróleo: oscila devido a preocupações com demanda após Fed. O Brent/fev sobe 0,08%, a US$ 73,45. O WTI/Jan recua 0,03%, a US$ 70,56.
- Minério de ferro: fechou em queda de 1,08% em Dalian na China, cotado a US$ 106,69/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 1,01%, cotados a US$ 101,65/ton. O mercado à vista está em queda de 0,36%, cotado a US$ 104,30/ton.
Cenário internacional
Nos EUA, está prevista para as 10h30 a divulgação do PIB final e PCE do terceiro trimestre; enquanto o Banco Central do México informa decisão de taxa de juros, às 16h.
Mais cedo, o Banco Central da Suécia reduziu a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para 2,50%.
Cenário nacional
No Brasil, hoje o Banco Central realizou leilão de dólares no mercado à vista, de até US$ 3 bilhões, com diferencial de corte de 0,000300.
Em Brasília, a Câmara volta a analisar a PEC do pacote fiscal e o projeto de lei sobre o BPC, a partir das 10h.
Entre os compromissos do dia, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os diretores, Gabriel Galípolo e Diogo Guilen, participam de encontro com jornalistas, às 10h.
No mercado financeiro, ontem o dólar disparou 2,8%, a R$ 6,26, e o Ibovespa recuou 3,15%, aos 120.772 pontos, com incertezas com a política fiscal e decisão de juros nos EUA, que sinalizou menor ritmo no corte dos juros.
Destaques no mercado corporativo
- WEG: investirá 28 milhões de euros em nova fábrica na Turquia.
- CPFL: prevê capex de R$ 29,8 bilhões entre 2025 e 2029.
- Grupo Pão de Açúcar (GPA): comunicou que o Casino afirmou que não teve nenhuma discussão com o empresário Nelson Tanure ou a gestora Reag Investimentos sobre participação na varejista.
- CCR: anunciou novo programa de recompra de até 3,5 milhões de ações.
- Carrefour Brasil: pagará R$ 200 milhões em juros sobre capital próprio (R$ 0,0948 por ação).
- Vibra: aunciou a emissão de R$ 1 bilhão em debêntures.
- PetroReconcavo: comprou ativos da Brava Energia na Bacia Potiguar (RN) por US$ 65 milhões, incluindo 50% da infraestrutura de gás natural.
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