A Bolsa de Valores brasileira (B3) operou em queda livre nesta quinta-feira (28), encerrando o pregão com baixa de 2,4% e 124.610,41 pontos, refletindo o descontentamento do mercado com o anúncio do pacote fiscal. Esse foi o menor fechamento desde 28 de junho, quando foram registrados 123.900 pontos.
Tanto o anúncio do pacote no pronunciamento à nação na noite de quarta-feira (27) quanto a coletiva de imprensa na manhã de quinta-feira (28) para esclarecer os detalhes do corte de gastos não agradaram o mercado. Os analistas consideram que as medidas anunciadas não serão suficientes para compensar as perdas de arrecadação.
No mercado internacional, Nova York retorna após o feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, mas opera em horário reduzido em dia de Black Friday, com as bolsas fechando às 15h e os Treasuries, às 16h.
No Brasil, o mercado ainda deve repercutir com mau-humor a reação dos investidores ao pacote de contenção dos gastos públicos, que acabou piorando a percepção de risco fiscal.
Manchetes desta manhã
- Governo estima poupar R$ 327 bi até 2030; especialistas avaliam pacote como insuficiente (Valor)
- Ajuste fiscal tímido frustra, e dólar chega a bater R$ 6 (O Globo)
- Nova Raposo é arrematada por R$ 2,19 bilhões sob protestos (Folha)
- EUA vão investigar negócios da Microsoft (O Globo)
- Proposta muda forma de cálculo do IR devido (Valor)
- Varejo confia em Black Friday reforçada pelo décimo terceiro (Valor)
- Greves atingirão a Volkswagen em dezembro à medida que conflitos com trabalhadores aumentam (Reuters)
- Inflação na zona do euro sobe para 2,3% em novembro, dentro das previsões (CNBC)
- Ações da Coreia do Sul lideram quedas na Ásia-Pacífico, com produção industrial contraindo em outubro (CNBC)
Mercado global
As bolsas da Europa operam mistas, em meio a preocupações com tarifas comerciais de Trump e a recente turbulência política na França. As ações de mineradoras são beneficiadas com os fortes preços do minério de ferro, que deve ter seu segundo ganho semanal com expectativa de que a China implemente mais estímulos econômicos ainda este ano.
Na Ásia, as bolsas de valores encerraram o último pregão da semana também sem uma direção definida. O índice Kospi caiu próximo de 2%, puxado por ações de baterias para veículos elétricos, com empresas registrando perdas de mais de 6%.
Na China, as bolsas encerraram em alta com a expectativa dos investidores na conferência do governo em dezembro. No Japão, o índice Nikkei fechou em terreno negativo, pressionado pelas ações de empresas automotivas.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro +0,3%
• STOXX 600 estável
• FTSE 100 estável
• Nikkei 225 -0,4%
• Shanghai SE Comp. +0,9%
• MSCI EM -0,1%
• Dollar Index -0,2%
• Yield 10 anos -5,4bps a 4,2091%
• Petróleo WTI -0,5% a US$ 68,38 barril
• Futuro do minério em Singapura +1,1% a US$ 104,2
• Bitcoin +1,6% a US$ 96628,5
Commodities
- Petróleo: deve terminar a semana com mais de 3% de queda, à medida que os riscos de fornecimento diminuem. O brent/jan cede a US$ 72,66 (-0,85%). O WTI/jan, a US$ 68,37 (-0,51%)
- Minério de ferro: fechou em alta de 1,14% em Dalian na China, cotado a US$ 110,08/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão estáveis a US$ 104,15/ton. O mercado à vista em alta de 2,44%, cotado a US$ 104,90/ton
Cenário internacional
Em Nova York, o dia é de Black Friday e de agenda esvaziada de indicadores econômicos.
Na Zona do Euro, a inflação ao consumidor (CPI) registrou alta de 2,3% em novembro, na comparação anual, em linha com o esperado pelo mercado. A China deve informar os PMIs de novembro às 22h30.
Para a agenda da próxima semana, está prevista a divulgação do PMI da Zona do Euro e dos EUA na segunda-feira (2), o relatório de emprego Jolts dos EUA na terça-feira (3), o relatório ADP de vagas no setor privado e o Livro Bege do Fed. O mercado também aguarda para os próximos dias o discurso de Jerome Powell, previsto para quarta-feira (4) e o payroll na sexta-feira (6).
Cenário nacional
No Brasil, a agenda do dia iniciou com a divulgação da taxa de desemprego nacional de outubro pelo IBGE, às 9h, que foi de 6,2% e taxa de subutilização é 15,4% no trimestre encerrado em outubro. Destaque também para o resultado primário do setor público consolidado, com estimativa do BTG Pactual de superávit de R$ 41 bilhões; além da divulgação pela Aneel sobre a bandeira tarifária para dezembro.
Para a agenda da próxima semana, destaque para o tradicional Boletim Focus na segunda-feira (2), o PIB do terceiro trimestre, na terça-feira (3) e dados sobre a produção industrial na quarta-feira (4).
Entre os compromissos do dia, Galípolo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, participam de almoço anual da Febraban, às 11h30.
Destaques no mercado corporativo
- Vale: aunciou a distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) no valor total de R$ 2,22 bilhões (R$ 0,52 por ação).
- Itaú: pagará juros sobre capital próprio (JCP) de R$ 0,31 por ação.
- Ultrapar: anunciou um programa de recompra de até 25 milhões de ações ordinárias.
- Sharp Capital Gestora de Recursos: determinou que impediu sua participação para 69.479.153 ações ordinárias (ON) emitidas pelo Assaí, correspondendo a 5,14% do total de papéis.
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