A Bolsa de Valores brasileira (B3) encerrou o pregão desta quinta-feira (19) em alta de 0,34%, aos 121.187 pontos, após atingir o menor patamar desde novembro de 2022 na sessão anterior. A recuperação do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, foi motivada pela iminência da provação do pacote fiscal, arrefecendo os ânimos do mercado. O PLP do pacote fiscal foi aprovado no Senado por 72 votos a 1.
No acumulado da semana, o Ibovespa registrou queda de 2,75% e recuou 3,56% no mês, somando 9,69% no ano.
No mercado internacional, as Bolsas de Valores pelo mundo operam em terreno negativo em meio às dificuldades de Washington conseguir aprovar um plano para evitar o shutdown horas antes do prazo final, especialmente após a Câmara dos Representantes dos EUA rejeitar um plano que evitaria a suspensão das atividades governamentais.
As preocupações com uma possível guerra comercial também agitaram o mercado global, após Trump reacender as tensões ao ameaçar impor tarifas se a UE não resolver seu déficit com os EUA comprando petróleo e gás americanos.
Entre o indicadores econômicos, destaque para a divulgação do PCE de novembro, previsto para agora pela manhã, que deve confirmar a pausa do Fed em janeiro.
No Brasil, o mercado permanece focado no cenário fiscal. Nesta sexta-feira (20) será votado pelo Senado o PL de mudanças no BPC e limite ao salário mínimo em meio às primeiras reações do mercado à desidratação do pacote aprovado até o momento.
Destaque também no mercado de câmbio. Após o dólar bater R$ 6,30 ontem, com um avanço de quase 3%, o Banco Central investiu pesado e realizou o maior leilão da história para frear a alta da moeda-norte-americana. Para hoje estão previstos mais US$ 3 bilhões em leilão à vista e US$ 4 bilhões em linha, divididos em duas operações.
Manchetes desta manhã
- Câmara aprova pacote fiscal, mas atenua freio a BPC e supersalários (Estadão)
- Cenário econômico faz ArcelorMittal suspender aporte de R$ 4 bilhões (Estadão)
- Iguatemi compra shoppings Paulista e Higienópolis por R$ 2,5 bilhões (Estadão)
- Após BC vender US$ 8 bilhões, dólar fecha em queda, cotado a R$ 6,12 (Valor)
- Galípolo descarta ataque especulativo do mercado na disparada do câmbio (Folha)
- Acordo de gastos apoiado por Trump falha na Câmara, shutdown se aproxima (Reuters)
- Acordo da UE e ameaças tarifárias de Trump reforçam negociações comerciais do Mercosul (Reuters)
- VW e sindicato estão mais perto de um acordo, dizem fontes (Reuters)
- Tarifas até o fim’: Trump diz que União Europeia deve comprar petróleo e gás dos EUA em ultimato comercial (CNBC)
- Putin admite que a inflação russa é um ‘sinal alarmante’ e que a economia está ‘superaquecendo’ (CNBC)
- Ações da FedEx sobem com plano de cisão da divisão de transporte de carga (The Wall Street Journal)
- Milhares de trabalhadores da Amazon entram em greve durante a correria pré-natalina (The Wall Street Journal)
Mercado global
As bolsas da Europa operam em queda devido à preocupação do mercado com uma possível guerra comercial, após Trump ameaçar impor tarifas se a UE comprar petróleo e gás dos EUA.
A economia, de modo geral, reforça sinais de desaceleração, confirmados por indicadores econômicos, como o PPI alemão, que subiu 0,1% em novembro, após a expectativa de queda de 0,3% e os dados sobre as vendas no varejo britânico, que aumentaram 0,2% em novembro, quando era esperado um crescimento de 0,5%.
Na Ásia, as bolsas encerraram a semana em queda diante de cenário global de cautela e da expectativa de menos cortes de juros nos EUA no ano que vem, além das dificuldades de Washington conseguir aprovar um plano para evitar o shutdown. Esses fatores impactaram todas as praças, com exceção de Shenzhen, que ficou no positivo.
Em Nova York, o S&P 500 futuro cai 0,8%, Stoxx Europe recua 1,1%, o Nikkei fechou em baixa de 0,3% e o Shanghai -0,1%.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro -0,8%
- STOXX 600 -1,1%
- FTSE 100 -1%
- Nikkei 225 -0,3%
- Shanghai SE Comp. -0,1%
- MSCI EM -1%
- Dollar Index -0,1%
- Yield 10 anos -2bps a 4,5422%
- Petróleo WTI -1,1% a US$ 68,63 barril
- Futuro do minério em Singapura -1,2% a US$ 100,55
- Bitcoin -3% a US$ 94450,38
Commodities
- Petróleo: recua cerca de 1%, devido a preocupações com o crescimento da demanda e dólar robusto. O brent/fev cai 1%, a US$ 72,15 e o WTI/fev recua 1,08%, a US$ 68,63.
- Minério de ferro: fechou em queda de 0,77% em Dalian na China, cotado a US$ 105,38/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em queda de 1,24%, cotados a US$ 100,55/ton. O mercado à vista recua 0,48%, cotado a US$ 103,75/ton.
Banco Central realiza leilão para conter alta do dólar
O Banco Central (BC) realizou nesta quinta-feira (19) o maior leilão da história, para conter a alta do dólar, que chegou à marca de R$ 6,30.
Após a abertura do mercado, BC o realizou um leilão de venda de US$ 3 bilhões à vista, que foi insuficiente para conter a pressão sobre o câmbio. Foi realizado, então, um segundo leilão de US$ 5 bilhões, o maior já ofertado em uma única operação sob o regime de câmbio flutuante, que conseguiu frear o impulso da moeda norte-americana e resultou na valorização do real.
Essa operação chegou a impactar de forma positiva outros mercados emergentes, como o México e o Chile, que registraram ganhos mais modestos, abaixo de 1%. No entanto, o DXY, que avalia o dólar frente a seis moedas fortes, apresentou leve alta, influenciado pela desvalorização do iene.
Desde 12 de dezembro, o Banco Central já injetou US$ 20,76 bilhões no mercado cambial, sendo US$ 13,76 bilhões em leilões à vista e o restante em leilões de linha com recompra.
Cenário internacional
Nos EUA, a agenda do dia destaca a divulgação do PCE de novembro às 10h30 e o índice de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, às 12h.
Para a próxima semana, estão previstos o PIB do Reino Unido na segunda-feira (23) e a decisão de juros da Turquia na quinta-feira (26).
Cenário nacional
No Brasil, destaque para dois novos leilões do Banco Central, divididos entre um leilão à vista de US$ 3 bilhões e um leilão de linha de US$ 4 bilhões; além do vencimento de opções sobre ações na B3.
O Senado se reúne logo mais, às 10h, para votar o último projeto de lei do pacote fiscal, sobre as regras do BPC e o reajuste do salário-mínimo. O relator da proposta da Lei Orçamentária Anual (LOA), o senador Angelo Coronel, disse que a LOA será votada no retorno do recesso parlamentar, em fevereiro de 2025.
Entre os compromissos do dia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de café de fim de ano com jornalistas. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, participa, às 15h, de live sobre sua despedida do Banco Central.
Na agenda da próxima semana, que é mais curta devido ao feriado de Natal, destaque para o Boletim Focus na segunda-feira (23) e o IPCA-15 de dezembro na sexta-feira (27).
No mercado financeiro, ontem o dólar caiu 2,3%, a R$ 6,12, enquanto o Ibovespa subiu 0,3%, aos 121.188 pontos, com os leilões do Banco Central no mercado de câmbio e a votação do pacote fiscal no Congresso.
Destaques no mercado corporativo
- Petrobras: assinou acordo com a CSN para estruturar parceria para implantação de uma planta de hidrogênio de baixo carbono no Paraná.
- Brava Energia: fechou contrato de três anos com a Comgás para fornecimento de gás natural.
- Iguatemi: vendeu fatia do terreno do Shopping Market Place, em São Paulo, por R$ 34,1 milhões, para a JFL Living.
- Suzano: avalia comprar a empresa americana Clearwater Paper, publicou a Bloomberg.
- Azul: a Fitch rebaixou os ratings da Azul de “CC” para “C”.
- Cyrela: anunciou novo programa de recompra de até 9 milhões de ações.
- Eletrobras: anunciou o pagamento de R$ 2,2 bilhões em dividendos extras (R$ 2,4307 por ação).
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