Cerca de 28 empresas brasileiras possuem potencial de distribuir dividendos robustos em 2025, sendo que a empresa de logística, Log Commercial Properties (LOGG3) lidera a lista, com um dividend yield (rendimento dos dividendos) de 13,41%, segundo estudo realizado pela consultoria Elos Ayta.
O levantamento, considerou apenas empresas lucrativas entre 2023 e o terceiro trimestre de 2024. A metodologia do estudo também levou em consideração, as companhias que possuíam um volume financeiro médio diário superior a R$ 5 milhões em 2024, projeções de lucro consistentes e que distribuíram dividendos ou JCP em 2024.
Empresas com maior potencial de dividendos
Além da Log Commercial, outras empresas se destacaram entre as oito empresas com potencial de apresentar um Dividend Yield (DY) acima de 10% para 2025:
- Odontoprev (ODPV3): 13,32%
- Copasa (CSMG3): 13,31%
- Abc Brasil (ABCB4): 12,36%
O desempenho da LOGG3 chama atenção devido ao crescimento de 26,97% no lucro acumulado até o terceiro trimestre de 2024, mesmo com uma queda de 11,38% no preço da ação no ano. Essa desvalorização contribuiu diretamente para elevar o DY projetado, pois o cálculo considera o preço do papel no último pregão de 2024.
O setor elétrico também se destaca com empresas como Cemig (CMIG4), com DY projetado em 11,96% e Taesa (TAEE11), com uma projeção de 10,75%, reforçando sua reputação como opção estável de investimento.
Relação entre queda de preços e dividendos
O estudo da Elos Ayta aponta que a queda no preço das ações em 2024 foi um fator crucial para o aumento do DY projetado. Entre as 28 ações analisadas, 19 registraram desvalorização no ano.
Um caso emblemático é o da Hypera (HYPE3), que apresentou queda de 47,03% no preço, mas projetou um DY de 6,46% e sem essa queda, o potencial seria consideravelmente menor.
Segundo a pesquisa, essa relação evidencia como o DY pode ser um indicador atraente, mas pode muitas vezes não revelar a real saúde financeira da empresa. Considerando esses pontos, Einar Rivero, que conduziu o estudo, recomenda que investidores estejam atentos para distinguir oportunidades genuínas, das chamadas “armadilhas de dividendos”.
O estudo, no entanto, não deve ser interpretado como recomendação de investimento, uma vez que não substitui análises detalhadas sobre as empresas. Rivero considera, ainda, que para que essas projeções de DY se confirmem, a política de distribuição de dividendos das empresas precisa ser mantida ou ampliada e fatores econômicos externos podem alterar significativamente as projeções.
Setores em destaque
O setor financeiro liderou o levantamento, com oito ações, que incluem Bradesco (BBDC3 e BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú Unibanco (ITUB3 e ITUB4) em destaque.
O setor elétrico também sobressaiu, demonstrando estabilidade com ativos como Eletrobras (ELET6) e Engie Brasil (EGIE3).
Por outro lado, a pesquisa trouxe dados surpreendentes: gigantes como a Petrobras ficaram de fora do ranking, devido ao desempenho abaixo do esperado nos lucros em 2024, equivalentes a 56,9% do obtido em 2023 até o terceiro trimestre.
Não fossem esses resultados, ações PETR3 e PETR4 poderiam liderar o ranking, com DYs projetados acima de 20%.
Carteira de dividendos do BTG para janeiro
Nesta sexta-feira (3), o BTG Pactual divulgou sua primeira recomendação de carteira de dividendos para 2025. Houve mudanças em relação à carteira de dezembro, nas exposições de Itaú (+5%), Eletrobras, (+5%), Klabin (+5%), Vale (-5%), Gerdau (-5%) e JBS (-5%).
Para janeiro, o banco optou por incluir as seguintes ações:
- Banco do Brasil: são ações atraentes e a elevação da Selic pode proporcionar uma boa proteção para os lucros em 2025.
- Tim: estimativa de R$ 4 bilhões em dividendos/JCP, de acordo com o guidance da empresa para 2024-2026.
- Direcional: manteve uma sólida distribuição de dividendos e baixa alavancagem ante seus pares nos últimos anos.
- Marcopolo: é uma opção atrativa, com valuation atraente de 6x P/L para 2025
Confira abaixo a carteira de dividendos do BTG para janeiro e clique aqui para saber mais detalhes.