O cenário de proteção social no Brasil é vasto e se configura como uma rede de apoio para famílias em situação de vulnerabilidade. Entre os programas de destaque oferecem suporte financeiro às pessoas que se encontram nessas condições, estão o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Bolsa Família. Uma questão frequente é se é possível acumular ambos os benefícios, considerando os critérios específicos para cada um.
O BPC é um benefício assistencial voltado a idosos e pessoas com deficiência, sem exigir contribuição prévia à Previdência Social. Já o Bolsa Família é direcionado as famílias em situação de pobreza para garantir o mínimo necessário para a sobrevivência digna. Ambos possuem seus critérios de elegibilidade, que podem levantar dúvidas sobre a possibilidade de cumulatividade.
O que é o Benefício de Prestação Continuada (BPC)?
O BPC é um direito assegurado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) a cidadãos idosos ou pessoas com deficiência cuja renda familiar mensal per capita seja inferior a um quarto do salário mínimo vigente. Em 2024, esse valor é de R$ 353,00 por pessoa da família. O BPC assegura um salário mínimo mensal, representando uma importante ferramenta de suporte a estas populações.
Para acessar o BPC, os beneficiários precisam estar inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) e cumprir outros requisitos de vulnerabilidade socioeconômica. A análise para concessão do benefício é minuciosa, considerando a realidade familiar e as necessidades específicas dos solicitantes.
Como funciona o Bolsa Família e quem pode recebê-lo?
O Bolsa Família é um programa de transferência de renda voltado as famílias em situação de pobreza, definido para aquelas cuja renda per capita não ultrapassa R$ 218,00 mensais. O objetivo principal é garantir uma renda mínima, mas o programa oferece também benefícios adicionais que visam assegurar nutrição e acesso à educação, dependendo das características de cada família.
A inscrição no CadÚnico é uma exigência para a candidatura ao Bolsa Família, que hoje é gerenciado pela Caixa Econômica Federal. O benefício básico é de R$ 600,00, podendo ser complementado com valores adicionais conforme o perfil e as necessidades da família cadastrada.
É possível receber o BPC e o Bolsa Família simultaneamente?
Sim, a legislação brasileira permite que uma mesma família acumule o BPC e o Bolsa Família, desde que o cálculo da renda per capita respeite os limites previstos pela LOAS. Isso é possível mesmo que os meios de computar a renda familiar per capita não considerem o valor recebido pelo Bolsa Família. Portanto, recebendo tal benefício não há interferência direta no cálculo que determina a elegibilidade para o BPC.
Em algumas circunstâncias, como despesas comprovadas de saúde, a concessão do BPC pode se estender a famílias que apresentam uma renda per capita acima do máximo permitido, desde que justificado adequadamente. Assim, o acúmulo dos benefícios visa não deixar desamparadas famílias que lidam com dificuldades econômicas complexas.
Quais são os processos para a solicitação dos benefícios?
Cadastrar-se no CadÚnico é o primeiro passo para acessar tanto o BPC quanto o Bolsa Família. A solicitação do Bolsa Família é realizada em unidades do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), enquanto o pedido do BPC pode ser feito online, pela plataforma Meu INSS.
Veja o passo a passo para requisitar o BPC:
- Acesse o portal Meu INSS e faça login com o CPF e senha;
- Selecione “Novo pedido” e navegue até “Benefícios Assistenciais”;
- Escolha o tipo de benefício: “Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência” ou “Benefício Assistencial ao Idoso”;
- Atualize seus dados conforme necessário e siga com a solicitação, enviando os documentos requeridos.
É importante lembrar que o cadastro no CadÚnico não garante a concessão dos benefícios, havendo a necessidade de análise pela equipe responsável. Dúvidas ou mais informações podem ser esclarecidas no serviço de atendimento do INSS pelo telefone 135.