A Bolsa de Valores brasileira (B3) encerrou o pregão desta quinta-feira (21) em queda de 0,99%, aos 126.922 pontos, atingindo o menor patamar desde o mês de agosto. A queda reflete a insegurança do mercado em relação à situação fiscal do país e expectativas frustradas em torno do pacote de corte de gastos públicos, adiado sucessivamente e agora previsto para a próxima semana.
No mercado internacional, a escalada dos conflitos entre Rússia e Ucrânia tem preocupado os investidores, que buscam segurança neste momento no dólar e Treasuries americanos, fortalecendo a moeda norte-americana, que abriu em alta de 0,17%, a R$ 5,82, enquanto o dólar futuro, avança 0,08%, a R$ 5,82. O Ibovespa futuro acompanha, por enquanto, o movimento de alta e sobe 0,25%, a 128.045 pontos.
No Brasil, o mercado também é impactado pelo cenário externo, em meio à espera interminável pelo anúncio do pacote de corte de gastos. Nesta quinta-feira (21), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o anúncio deverá sair até a próxima terça-feira (26) e antecipou que o bloqueio no Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, previsto para hoje, deve ultrapassar R$ 5 bilhões.
Na seara das empresas, destaque para a Petrobras, que divulgou o pagamento de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários aos acionistas, animando o mercado e impulsionando as ações da petroleira, com leve alta de 0,29% na manhã desta sexta-feira, a R$ 37,91.
Os dividendos devem ajudar governo a cumprir meta fiscal deste ano, com os R$ 5,7 bilhões que entrarão no caixa como receita primária.
Manchetes desta manhã
- Governo bloqueia mais de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024 (Folha)
- Petrobras distribuirá R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários (Estadão)
- Não adesão do Brasil à Nova Rota da Seda gera debate (O Globo)
- Mercado tem pregão negativo com fiscal e exterior (Valor)
- China diz que está disposta a conversar com os EUA para impulsionar o comércio bilateral (CNBC)
- Bitcoin atinge novo recorde e avança em direção a US$ 100.000 (CNBC)
- A gigante das baterias Northvolt pede falência em grande revés para as ambições de veículos elétricos da Europa (CNBC)
- EUA vão adicionar quase 30 empresas chinesas à lista negra de trabalho forçado (The Wall Street Journal)
Mercado global
As bolsas da Europa operam de forma mista e reduzem ganhos após a divulgação dos PMIs da Europa mostrarem encolhimento da atividade empresarial nas principais economias da região. Com os números divulgados, a chance de -50 pb pelo BCE em dezembro aumentou de 15% ontem para 50%.
Na Ásia, os índices também encerraram a semana sem direção única, em meio à divulgação de balanços corporativos ruins na China e à recuperação das ações da Nvidia em Nova York.
Na China, as preocupações com a questão tarifária em relação aos EUA e as previsões de crescimento menor no país impactaram o mercado, fazendo com que as bolsas chinesas fechassem em forte queda, acima de 3%.
Em Nova York, o S&P 500 futuro cai 0,4%, Stoxx Europe sobe 0,2%, o Nikkei fechou em alta de 0,7% e o Shanghai recuou 3,1%.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro -0,4%
• STOXX 600 +0,2%
• FTSE 100 +0,6%
• Nikkei 225 +0,7%
• Shanghai SE Comp. -3,1%
• MSCI EM +0,1%
• Dollar Index +0,3%
• Yield 10 anos -3,5bps a 4,3864%
• Petróleo WTI +0,4% a US$ 70,41 barril
• Futuro do minério em Singapura -1,7% a US$ 100,25
• Bitcoin +0,4% a US$ 98440,06
Commodities
- Petróleo: avança para ganhos semanais de 4% com ansiedade sobre guerra na Ucrânia. O brent/jan sobe a US$ 74,62 (+0,53%) e o WTI/jan, a US$ 70,44 (+0,49%).
- Minério de ferro: encerrou em queda de 1,09% em Dalian na China, cotado a US$ 106,08/ton. Em Singapura, os contratos futuros também estão em queda de 1,76% a US$ 100,35/ton e o mercado à vista em queda de 0,47%, cotado a US$ 101,70/ton.
Atraso do pacote de gastos impacta o mercado
A indefinição sobre o pacote econômico afetou principalmente as ações dos grandes bancos. Durante o pregão, Itaú, Bradesco e Banco do Brasil apresentaram quedas significativas.
Em contrapartida, a Petrobras registrou leve alta de 0,1%, impulsionada pela confirmação do pagamento de R$ 20 bilhões em dividendos extraordinários aos acionistas. A medida deverá beneficiar o governo federal, que possui 36,6% da companhia, com uma arrecadação estimada de R$ 7,32 bilhões para as contas públicas.
Cenário internacional
Nos EUA, destaque para a divulgação de indicadores de atividade econômica, assim como na Europa. O PMI dos EUA de novembro está previsto para as 11h45, e, logo mais, às 12h, deve ser divulgado o índice de Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan de novembro.
Na Europa, a divulgação dos PMIs da região mostraram um enfraquecimento da economia, refletindo um cenário negativo no curto prazo e preocupação especialmente pelas crises enfrentadas pela França e pela Alemanha.
Cenário nacional
No Brasil, a agenda do final de semana segue esvaziada de indicadores econômicos, com expectativas em alta em torno do cenário fiscal e iminência do anúncio do pacote de corte de gastos no início da próxima semana. A expectativa do mercado é de que o corte seja em torno R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.
Na agenda da próxima semana, destaque para o IPCA-15 de novembro na terça-feira (26) e dados do mercado de trabalho de outubro; enquanto os dados do Caged devem ser divulgados na quinta-feira (28) e a Pnad contínua na sexta-feira (29).
No mercado financeiro, o dólar registrou alta de 0,8% ontem, a R$ 5,81, enquanto o Ibovespa caiu 0,99%, aos 126.922 pontos, refletindo preocupações com a escalada das tensões geopolíticas entre Rússia e Ucrânia e a expectativa com o pacote de corte de gastos do governo.
Destaques no mercado corporativo
- Petrobras: o conselho de administração da companhia aprovou o plano Estratégico 2025 e o Plano e Negócios 2025-2029, com investimentos de US$ 111 bilhões, revisão do limite da dívida bruta para US$ 75 bilhões e estimativa de pagar entre US$ 45 bilhões, além de US$ 55 bilhões em dividendos ordinários.
- JBS: assinou um memorando de entendimentos com o governo da Nigéria para investimentos de US$ 2,5 bilhões nos próximos cinco anos, incluindo a construção de seis fábricas no país.
- Sanepar: planeja investir R$ 11,8 bilhões nos próximos cinco anos.
- Energisa: registrou aumento anual de 7,3% no consumo de energia elétrica em outubro, alcançando 3.858 GWh.
- CVC: aprovou um novo programa de recompra de até 15.767.732 ações ordinárias, equivalente a 3% do total de papéis em circulação. As aquisições poderão ser realizadas no período entre 12 de janeiro de 2024 e 6 de janeiro de 2026.
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