A Bolsa de Valores brasileira (B3) encerrou em alta o pregão às vésperas do feriado da Consciência Negra (19), avançando 0,34%, aos 128.197 pontos, impulsionada principalmente pelas ações da Vale e dos grandes bancos em dia de agenda fraca de indicadores financeiros e com o mercado à espera do pacote de corte de gastos prometido para após a Cúpula do G20.
No mercado internacional, o balanço da Nvidia divulgado nesta quarta-feira (20) repercute queda de 2,5% no after hours, apesar dos resultados surpreendentes em relação ao lucro, receita e no guidance.
No Brasil, o pacote fiscal continua em foco. Após o governo fechar acordo com a Defesa para cortes de gastos na previdência dos militares, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad deve se reunir hoje com Lula para definir os últimos ajustes. Não há, portanto, qualquer sinalização de que o pacote de corte de gastos seja anunciado hoje.
Manchetes desta manhã
- Brasil assina 37 tratados com a China e busca parceria com maior integração (Valor)
- Sem adesão à Rota da Seda, Lula amplia parceria com a China (Estadão)
- Com alta de gastos, Brasil entra na lista dos países com mais ‘impulso fiscal’ (Estadão)
- Na França, Carrefour vai parar de vender carne do Mercosul (Estadão)
- Governo defende monitoramento do comércio bilateral (Valor)
- G20 traz bons resultados para o país (Valor)
- Conselheiros da China pedem meta de crescimento econômico estável de 5% até 2025 (Reuters)
- Ações da Nvidia caem 3% no pré-mercado com desaceleração do crescimento da receita trimestral (CNBC)
- Google deve ser forçado a vender o navegador Chrome, diz DOJ (The Wall Street Journal)
Mercado global
As bolsas da Europa operam no negativo em meio às tensões geopolíticas e queda das ações de chips após a previsão decepcionante da Nvidia. ASML e BE Semiconductor perdem cerca de 1% cada. Após atingir recordes no início do ano, o índice Stoxx 600 apresenta queda drástica, impactado pelos resultados das eleições nos EUA, pelas preocupações com a economia da China e problemas econômicos da zona do euro.
Na Ásia, os principais índices também ficaram em baixa, na esteira da decepção do mercado com o balanço da Nvidia e contexto geopolítico entre Rússia e Ucrânia. Enquanto as bolsas da China ficaram levemente no azul, Tóquio e HK encerraram no vermelho.
Em Nova York, o S&P 500 futuro cai 0,3%, Stoxx Europe recua 0,4%, o Nikkei fechou em baixa de 0,9% e o Shanghai +0,1%.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro -0,3%
• STOXX 600 -0,4%
• FTSE 100 estável
• Nikkei 225 -0,9%
• Shanghai SE Comp. +0,1%
• MSCI EM -0,7%
• Dollar Index estável
• Yield 10 anos -3bps a 4,3805%
• Petróleo WTI +1,4% a US$ 69,68 barril
• Futuro do minério em Singapura +1,3% a US$ 102,35
• Bitcoin +3,3% a US$ 97605
Commodities
- Petróleo: sobe mais de 1% com guerra Rússia-Ucrânia prevalecendo sobre alta nos estoques dos EUA. O brent para janeiro sobe a US$ 73,78 (+1,33%) e o WTI para o mesmo mês, a US$ 69,75 (+1,45%).
- Minério de ferro: registra alta de 0,39% em Dalian na China, cotado a US$ 107,37/ton. Em Singapura, os contratos futuros também estão em alta de 1,01% a US$ 102,05/ton e o mercado à vista em alta de 0,44%, cotado a US$ 102,25/ton.
Resultados da NVIDIA em foco
No cenário internacional, a atenção está voltada para os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, indicador que pode ajudar a prever os próximos movimentos do Federal Reserve (Fed) em relação à política monetária.
Os índices futuros das bolsas americanas registram queda de 0,10%, refletindo a reação do mercado aos resultados financeiros da NVIDIA. Como referência no setor de inteligência artificial, a empresa influencia diretamente o desempenho das principais companhias de tecnologia, tornando seus números altamente relevantes para o mercado.
Cenário internacional
Nos EUA, as ações da Nvidia caem 3% no pré-mercado de NY, após divulgação do balanço. O lucro e a receita registrados vieram acima do projetado pelo mercado, de US$ 19,3 bilhões (US$ 0,81 por ação) e US$ 37,5 bilhões, mas a previsão de vendas ficou aquém das expectativas.
A agenda do dia destaca os pedidos semanais de seguro-desemprego, às 10h30, além de discursos dos dirigentes do Fed, Austan Goolsbee e Beth Hammack, ao longo do dia.
No mercado externo, os Bancos Centrais da Turquia e África do Sul informam decisões de política monetária.
Cenário nacional
No Brasil, a agenda pós-feriado traz expectativas sobre o anúncio do pacote fiscal, prometido para após as reuniões do G20. Entre os indicadores econômicos, destaque para a divulgação dos dados de arrecadação de impostos federais, às 10h30, com estimativa do BTG Pactual de uma arrecadação de R$ 243,5 bilhões.
Entre os compromissos do dia, está prevista para as 11h a entrevista do diretor do Banco Central, Ailton de Aquino, sobre o Relatório de Estabilidade Financeira; enquanto às 15h deve acontecer a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).
O presidente Lula cancelou a reunião que estava agendada para as 9h30, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir o pacote de corte de gastos. Segundo o Valor, há expectativa de que o encontro ainda ocorra hoje, mas em outro horário.
No mercado financeiro, o dólar subiu 0,4% na terça-feira, a US$ 5,76, enquanto o Ibovespa avançou 0,34%, aos 128.197 pontos. O EWZ, principal ETF brasileiro negociado em NY, caiu 0,3% ontem.
Destaques no mercado corporativo
- CSN e InterCement Brasil: estenderam para 16 de dezembro o acordo de exclusividade em negociações, no qual a CSN discute a compra dos ativos da InterCement Brasil.
- BRF: comprou uma fábrica de processamento de alimentos da americana Henan Best Foods na China, no valor de US$ 43 milhões.
- WEG: anunciou investimento de US$ 62 milhões para expansão da capacidade produtiva na China.
- Kora Saúde: anunciou a emissão de R$ 2,25 bilhões em debêntures.
- Smartfit: anunciou o programa de recompra de até 16,1 milhões de ações.
- XP: reportou lucro líquido de R$ 1.187 bilhões e receitas recorde de R$ 4.546 bilhões, com alta de 4% no terceiro trimestre. O retorno sobre o patrimônio (ROAE) subiu 38 pontos-base no ano, para 23%.
- Carrefour (na França): informou que vai parar de vender carnes do Mercosul, após protesto de agricultores franceses contra a proposta de acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.
Acompanhe as principais notícias do mercado financeiro todas as manhãs, também no Podcast Café do Mercado, uma produção do Monitor do Mercado.
O episódio de hoje já está no ar, nas principais plataformas de podcasts. Basta clicar na sua plataforma preferida para ouvir: Spotify; Deezer; Amazon Music; Podcasters. Ou ouvir clicando abaixo: