A Bolsa de Valores brasileira (B3) encerrou o segundo pregão da semana em queda de 0,14%, aos 127 mil pontos, atingindo o menor nível desde o início de agosto. A queda do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, teve como principal fator a cautela do mercado à espera do pacote de cortes de gastos do governo federal, que deve ser divulgado apenas após a reunião do G20.
O recuo do índice também foi acompanhado por uma leve oscilação do dólar, que se manteve praticamente estável, cotado a R$ 5,77, refletindo, além da instabilidade do mercado doméstico, os possíveis impactos da eleição nos Estados Unidos sobre a economia global.
No mercado internacional, destaque para a divulgação do CPI hoje, que deve subir 0,2% em outubro, acelerando na base anual de 2,4% para 2,6%, com possibilidade de influenciar as apostas para o último Fomc do ano, em dezembro. Além dos indicadores econômicos, o mercado mantém o foco no Trump Trade, que voltou a puxar os yields dos Treasuries e o dólar, nesta terça-feira.
No Brasil, o anúncio do Banco Central (BC) de dois leilões de linha, com oferta de até US$ 4 bilhões, enquanto os juros futuros seguem refletindo a pressão externa e incertezas fiscais movimentou o mercado. A conjunção desses fatores, mencionada na ata do Copom, pode favorecer projeções mais altas para a Selic.
Manchetes desta manhã
- BC indica que piora de expectativas pode estender ciclo de alta de juros e reforça alerta sobre risco fiscal (Valor)
- Empresas dizem ter recebido R$ 97,7 bilhões em incentivos fiscais (Folha)
- Despesas atreladas ao salário mínimo levam metade do Orçamento (Estadão)
- Vereadores paulistanos reajustam o próprio salário em 37% (Estadão)
- Militares discutem com governo participação no pacote de corte de gastos (O Globo)
- Trump anuncia Musk no governo; linha dura anti-China ganha força no futuro gabinete (O Globo)
- Ata do Copom incerteza fiscal elevam projeções para os juros (O Globo)
- Bitcoin retoma sua escalada, tocando brevemente US$ 90.000 (CNBC)
- Petróleo pode cair para US$ 40 em 2025 se a OPEP desfizer os cortes voluntários de produção, dizem analistas ((CNBC)
Mercado global
As bolsas da Europa operam em alta, apoiadas nas ações de energia compensando as perdas de tecnologia, enquanto o mercado europeu mantém o foco no cenário de inflação nos EUA e na divulgação da ata da última reunião do BCE, prevista para esta quinta-feira (14).
Na Ásia, as bolsas encerraram o pregão desta quarta-feira majoritariamente no vermelho, seguindo o movimento de Wall Street que terminou a véspera no negativo pela primeira vez após a vitória de Trump.
As maiores perdas ocorreram em Seul, que caiu próximo de 3%; e em Tóquio, que teve queda de 1,6%. Na China, as bolsas se mantiveram no positivo, impulsionadas pelas ações de mídia e das empresas de telecomunicações.
Em Nova York, o S&P 500 futuro cai 0,1%, Stoxx Europe recua 0,1%, o Nikkei fechou em baixa de 1,7% e o Shanghai subiu 0,5%.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro -0,1%
• STOXX 600 -0,1%
• FTSE 100 +0,1%
• Nikkei 225 -1,7%
• Shanghai SE Comp. +0,5%
• MSCI EM -0,6%
• Dollar Index -0,1%
• Yield 10 anos -1,2bps a 4,4157%
• Petróleo WTI +0,8% a US$ 68,65 barril
• Futuro do minério em Singapura estável a US$ 100,55
• Bitcoin -1% a US$ 87464,31
Commodities
- Petróleo: opera em alta próxima de 1%, mas a demanda ainda limita os ganhos. O Brent/jan a US$ 72,53 (+0,89%) e WTI/dez a US$ 68,75 (+0,92%).
- Minério de ferro: registra queda de 0,20% em Dalian na China, cotado a US$ 105,75/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em leve alta de 0,05% a US$ 100,70/ton e o mercado à vista está em alta de 0,24%, cotado a US$ 102,00/ton.
Bolsas nos EUA e o petróleo pressionam o mercado
O cenário externo segue influenciando o mercado brasileiro. Nos Estados Unidos, as bolsas registradoras ficaram expressivas ontem, em um movimento de “realização de lucros” — quando os investidores vendem ativos após uma fase de valorização
Essa tendência de queda é refletida nos futuros norte-americanos, que continuam em baixa, influenciados pela cautela em relação à inflação. Esse indicador pode levar o Banco Central dos EUA a ajustar as taxas de juros no curto prazo.
O preço do petróleo, que subiu 0,3% ontem, atingindo US$ 68,30, tenta se recuperar após semanas de volatilidade, com incertezas na demanda global. Esse cenário afetou empresas brasileiras como a Petrobras, cujas ações ordinárias tiveram uma alta de 1,8% no último pregão.
Cenário internacional
Nos EUA, o destaque da agenda do dia é a divulgação de dados de inflação dos EUA, além das declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed) de Dallas, St. Louis e Kansas falam hoje em eventos, a partir das 11h45.
Entre os indicadores econômicos, o mercado mantém o foco na divulgação dos dados sobre a inflação ao consumidor dos EUA (CPI), que será divulgada às 10h30, com estimativa do consenso do mercado de alta de 0,2% em outubro.
Cenário nacional
No Brasil, a agenda do dia iniciou com a divulgação do volume de serviços de setembro pelo IBGE, às 9h, que registrou alta de 1%, ante uma queda de 0,4% em agosto; diante do consenso de alta 0,6%. A projeção do BTG Pactual era de uma alta de 0,50% na comparação mensal e de 3,30% na anual.
Entre os destaques do dia, a agenda traz o vencimento de opções sobre o Ibovespa, além do leilão de linha de até US$ 4 bilhões, anunciado pelo Banco Central.
Também está prevista para hoje a participação do diretor de política monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento às 17h; e reunião entre o presidente Lula com o ministro da Defesa, José Mucio, às 15h.
No mercado financeiro, ontem o dólar teve leve alta de 0,01%, a R$ 5,76, enquanto o Ibovespa registrou queda de 0,14%, aos 127.698 pontos, em dia de alta dos juros futuros mais longos.
Destaques no mercado corporativo
- Gol: teve prejuízo de R$ 830 milhões no terceiro trimestre, com queda de 36% na comparação anual.
- CSN: reverteu lucro para prejuízo de R$ 751 milhões no terceiro trimestre.
- CSN Mineração: reportou um lucro de R$ 446 milhões no terceiro trimestre, o que representa um recuo de 63% sobre um ano antes.
- IRB Resseguros: teve lucro de R$ 115,9 milhões no terceiro trimestre, representando uma alta de 143%.
- Raízen: reverteu o lucro em prejuízo de R$ 96,7 milhões no segundo trimestre deste ano
- Tenda: o Conselho aprovou emissão de até R$ 200 milhões em CRIs.
- B3: o volume médio diário do mercado de ações somou R$ 22,306 bilhões em outubro, com queda de 3,9% na comparação anual e recuo de 3,1% s/ setembro.
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