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Fui diagnosticado com câncer de próstata, e agora?

Fui diagnosticado com cancro de próstata, e agora?

A campanha Novembro Azul tem o objetivo de conscientizar a saudação do cancro de próstata, o segundo mais generalidade entre homens brasileiros, representando 30% de novos casos de cancro anualmente, segundo um levantamento feito pelo Ministério da Saúde em 2023.

Com números altos, o papel da campanha é informar sobre a doença em si e alertar que a melhor forma de tratamento é por meio de exames preventivos. Ou por outra, ter o diagnóstico em si pode ser um peso para o paciente, o que exige outras ações de autocuidado com a saúde.

Receber o diagnóstico de cancro de próstata é um impacto enorme na vida do paciente e de sua família. Embora seja generalidade, ainda há todo um processo de tratamento e recuperação que precisa ser realizado, inclusive quando se trata de espeque emocional.

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“É simples que um diagnóstico de cancro impacta muito. Portanto, qualquer varão que tenha o diagnóstico de cancro de próstata constatado, vai permanecer, evidentemente, mais ansioso. Ele vai, dependendo da resiliência de cada um, até desenvolver quadro depressivo”, disse Marcos Gebara, médico psiquiatra e presidente da Associação Psiquiátrica do Rio de Janeiro.

Na visão dele, o conhecimento e o seguimento regular são aliados fundamentais na detecção precoce e no tratamento eficiente da doença.

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Próximos passos

André Berger, uro-oncologista e cirurgião robótico do Grupo Oncoclínicas, explica que o diagnóstico inicial é feito a partir de exames de PSA e toque retal, que levam a exames mais avançados, porquê a sonância magnética e, eventualmente, o PET-CT. Com esses dados, fica mais fácil entender qual é o estágio atual da doença e permite uma abordagem personalizada.

“A sonância magnética vai ser fusionada com ultrassom e aí vai se ter uma biópsia de precisão, identificando lesões suspeitas na próstata. Essa sonância vai ser usada para estadiamento também, para ver se tem alguma suspeita de extensão para fora da próstata”, explica.

Em todo o processo, o paciente precisa enxergar o papel do urologista quando se trata de justificação das opções de tratamento e na orientação sobre os próximos passos. Isso significa que esse profissional ajudará a definir o curso do caso, se for necessário realizar cirurgias, radioterapia ou outros tipos de tratamento.

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“O varão com cancro de próstata localizado deve conversar com o urologista para entender as opções de tratamento e também consultar o radio-oncologista. Em alguns casos, a cirurgia é mais indicada, enquanto em outros, a radioterapia pode ser eficiente. A decisão depende do estágio do cancro, da idade do paciente e de suas condições de saúde.”

Ou por outra, o paciente é incentivado a buscar orientação de uma equipe multidisciplinar para que as decisões sejam informadas e adequadas à sua exigência de saúde e ao seu estilo de vida.

Berger ressalta que é importante investigar o proporção da doença utilizando o Score de Gleason, que pode ser realizado com a biópsia de próstata, assim porquê a avaliação dos exames, para definir se a doença se espalhou para outros lugares do corpo.

“Idade do paciente, comorbidades, ou seja, outras doenças, expectativa de vida do paciente, doenças associadas, porquê, por exemplo, sintomas urinários muito intensos, que podem influenciar na escolha pela cirurgia, por exemplo”, disse.

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Tratamento e efeitos colaterais

As opções de tratamento variam conforme o estágio da doença. Segundo o uro-oncologista, a cirurgia robótica tem sido cada vez mais indicada para pacientes mais jovens e aqueles com expectativa de vida mais longa.

“A cirurgia robótica minimiza o tempo de internação, reduz a dor e a premência de transfusões, além de aumentar as chances de preservar o controle urinário e a função sexual. Isso impacta diretamente a qualidade de vida do paciente no pós-tratamento.”

Berger explica que a terapia hormonal geralmente não é utilizada sozinha contra o cancro de próstata localizado. Quando é um caso mais invasivo, esse tipo de tratamento pode ser associado à radioterapia.

De consonância com o profissional, a terapia hormonal é feita por meio de injeções que bloqueiam a testosterona.

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“Isso motivo alguns efeitos adversos, porquê perda de libido, perda das ereções, pode levar a perda de volume muscular, perda de volume óssea, além de sintomas sistêmicos porquê cansaço e aumento de risco de problemas cardiovasculares, porquê infarto e derrame”, afirmou.

Ele diz que no caso da radioterapia, os efeitos não são pesados assim – no início. O tratamento pode promover cansaço e alternância entre constipação e diarreia. “Os efeitos tóxicos da radioterapia acabam aparecendo alguns anos depois, um ano e meio a dois”, disse.

Os sintomas incluem sangramento na urina, sangramento nas fezes e disfunção erétil, além de outros riscos porquê tipos diferentes de cancro.

Por conta disso, a recomendação para pacientes com maior expectativa de vida é a cirurgia, que pode ser feita de maneira ensejo, ou pode ser feita de maneira minimamente invasiva, por laparoscopia ou por cirurgia robótica.

Berger destaca que os objetivos da cirurgia são:

  • Sarar o cancro
  • Ter uma recuperação adequada dos pacientes, e;
  • Manter a preservação da função urinária e sexual.

Ele também explica que, em todos esses quesitos, se a cirurgia robótica for realizada por uma equipe experiente, há boas chances de menos tempo de internação, recuperação mais rápida e menos dor no período pós-operatório, com menor chance de transfusão sanguínea e uma chance muito maior de preservar a continência.

Pedestal emocional

Para muitas pessoas, o cancro de próstata traz consigo um pânico profundo da morte e da perda de qualidade de vida. Para Marcos Gebara, médico psicanalista, o espeque emocional é tão importante quanto o tratamento médico.

Ele alerta que o impacto psicológico do diagnóstico pode ser avassalador e, por conta disso, é um passo importante para o paciente enviar o diagnóstico para a família, amigos e, quando provável, profissionais de saúde mental.

“Protecção, atenção, desvelo, ajuda, incentivo para procurar o tratamento, para escoltar”, disse. “Uma pessoa que tem um diagnóstico de cancro necessita dessas coisas. Portanto, a família tem um papel importante no sentido de concordar e estimular a pessoa a fazer o tratamento”.

Terapia

O psicanalista também acredita no papel da psicoterapia posteriormente o diagnóstico, principalmente ao se tratar da compreensão e legalização da doença, para que o paciente consiga mourejar melhor com a situação de forma universal. Por outro lado, ele sabe que cada caso é um caso.

“Depende da resiliência de cada um. Algumas pessoas vão se beneficiar só com psicoterapia, outras pessoas vão precisar de tratamento medicamentoso, outras pessoas vão precisar dos dois e mais grupos de espeque, todas vão precisar do espeque de família, de amigos, etc, para que possam passar por isso.”

Além da terapia individual, o profissional destaca o valor dos grupos de espeque, onde os pacientes encontram espeque em pessoas que enfrentam os mesmos desafios.

“Ter um grupo de espeque é bom porque a pessoa não se sente sozinha. Ela vê que esse problema é um problema generalidade, e que ela pode compartilhar com outras pessoas que estão sofrendo do mesmo mal”, disse. Ter esse espeque é ideal para todos os tipos de cancro, não somente de próstata.

“Hoje, para morrer de cancro de próstata, a pessoa tem que ter deixado a situação progredir muito. Evidente que o tratamento motivo sofreguidão e consumição, mas o duelo maior é vencer o pânico”, concluiu.

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