O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou em leve alta de 0,13% nesta quinta-feira (9), aos 119.780,56 pontos, apesar do dia de baixa liquidez, com os mercados fechados nos Estados Unidos (EUA) devido ao feriado por luto a Jimmy Carter.
O movimento de alta foi sustentado principalmente pelos bancos, que precificaram a perspectiva de aumento do teto de juros — de 1,66% para 1,8% ao mês — no consignado para beneficiários do INSS, e da Petrobras. Em destaque, as ações de Banco do Brasil (+0,46%), Itaú (+0,26%), Bradesco ON (+0,19%) e BTG Pactual (+2,44%).
O mercado internacional volta toda atenção e expectativa para a divulgação do payroll dos EUA, que deve influenciar o câmbio e amenizar a pressão sobre o dólar e juros dos Treasuries, caso satisfaça as projeções do mercado.
No Brasil, destaque para o IPCA de dezembro, de 0,52%, ficando 0,13 ponto percentual acima da taxa de novembro (0,39%). Em dezembro de 2023, a variação foi de 0,56%.
O IPCA fechou o ano com alta acumulada de 4,83%, acima do teto da meta. Esta é a oitava vez que o Banco Central descumpre as metas desde o estabelecimento do regime de metas em 1999.
O IPCA, somado a um payroll fraco, poderia favorecer a valorização do real perante o dólar.
Nesta sexta-feira (10), na expectativa pelo payroll, o dólar abriu em leve alta de 0,02%, a R$ 6,04 e o dólar futuro avança 0,13%, a R$ 6,06. Os juros futuros abrem em alta e o Ibovespa futuro ganha 0,35%, aos 121.175 pontos.
Manchetes desta manhã
- Sem melhora fiscal à vista, gestoras locais entram em 2025 pessimistas com o Brasil (Valor)
- Maduro fecha fronteira com a Colômbia e amplia tensão com a oposição antes de sua posse (Estadão)
- Disparada do dólar pode gerar reajustes de até 10% no preço de produtos no comércio (O Globo)
- IPCA sobe 0,52% em dezembro e fecha 2024 com elevação de 4,83% (Valor)
- Dois anos após descoberta de fraude, caso Americanas ainda tem longo caminho (Valor)
- Cúpula do Brics pode favorecer proposta em comum para COP 30 (Valor)
Mercado global
As bolsas da Europa operam mistas antes da divulgação do payroll dos EUA, com os rendimentos dos títulos pesando sobre as ações. Apesar de operar esta sessão em queda, o índice Stoxx 600 segue no caminho para sua semana mais forte em um mês.
Na Ásia, todos os índices encerraram o último pregão da semana em queda, com as bolsas da China liderando as perdas, após a divulgação do CPI em leve alta de 0,2% em 2024, refletindo pressões deflacionárias.
No Japão, a queda foi motivada pelas preocupações dos investidores com a tendência de alta dos empréstimos no país, após alta de 2,5 pontos no título de 10 anos do país, chegando a 1,195%, maior patamar desde 2011.
Em Nova York, na volta do feriado, os índices futuros iniciaram o dia em queda, à espera do payroll. Dow Jones cai 0,11%, o S&P500 recua 0,27% e Nasdaq cai 0,35%.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro -0,3%
- STOXX 600 estável
- FTSE 100 -0,2%
- Nikkei 225 -1%
- Shanghai SE Comp. -1,3%
- MSCI EM -0,6%
- Dollar Index estável
- Yield 10 anos estável a 4,6895%
- Petróleo WTI +2,5% a US$ 75,74 barril
- Futuro do minério em Singapura +0,7% a US$ 97,7
- Bitcoin +2,9% a US$ 94795,44
Commodities
- Petróleo: avança acima de 2%, com preocupações sobre o fornecimento, apesar do dólar alto. O Brent/mar sobe 2,28%, a US$ 78,67 e o WTI/fev avança 2,29%, a US$ 75,61.
- Minério de ferro: fechou em alta de 0,40% em Dalian na China, cotado a US$ 102,76/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em alta de 0,25%, cotados a US$ 97,35/ton e o mercado à vista está em alta de 0,10%, cotado a US$ 98,00/ton.
Cenário internacional
Nos EUA, destaque para o payroll de dezembro, aguardado pelo mercado durante toda a semana, com previsão de divulgação às 10h30. As projeções são de criação de 165 mil vagas de trabalho. Se os dados ficarem abaixo do esperado, podem contribuir para a contenção da alta do dólar.
Entre os indicadores econômicos mais relevantes, a agenda do dia também destaca o sentimento do consumidor da Universidade de Michigan, que traz expectativas de inflação de um e cinco anos.
Para a próxima semana, destaque para a divulgação da inflação ao consumidor (CPI) dos EUA e Livro Bege do Fed na quarta-feira (15), vendas no varejo dos EUA, produção industrial e vendas no varejo da China na quinta-feira (16), além do CPI da Zona do Euro e produção industrial dos EUA na sexta-feira (17).
Cenário nacional
No Brasil, destaque para a divulgação do IPCA de dezembro, às 9h, que veio abaixo do projetado pelo BTG Pactual (4,87%) e pelo mercado (4,84%). Hoje também são divulgados outros indicadores econômicos, como o Índice Nacional da Construção Civil e o INPC pelo IBGE.
Na próxima semana, a agenda traz dados sobre o volume de serviços de novembro na quarta-feira (15) e o IBC-Br de novembro, na quinta-feira (16).
No cenário político, a cena da vez é a reforma ministerial, que deve acontecer ainda em janeiro, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, em entrevista à GloboNews nesta quinta-feira (9).
No mercado financeiro, ontem o dólar caiu 1,1%, a R$ 6,04, e o Ibovespa fechou em leve alta de 0,13%, aos 119.780 pontos, em dia de baixa liquidez com feriado nos EUA.
Destaques no mercado corporativo
- Camil: encerrou o terceiro trimestre fiscal com lucro de R$ 44,4 milhões, queda de 69%.
- PetroReconcavo: produziu 26 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia em dezembro, estável ante novembro.
- Petrobras: obteve decisão favorável quanto à arbitragem iniciada por investidores estrangeiros na B3, no qual alegavam perdas financeiras por falhas de informações.
- Oi e Mileto Tecnologia: concluíram as negociações para venda de sua operação de TV por assinatura.
- M.Dias Branco: fechou a fábrica em Lençóis Paulista, com demissão de aproximadamente 500 funcionários.
- Klabin: foram aprovadas as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (-42% até 2030).
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