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Folheto divulgado pelo Corpo de Serviços de Investigação Científica, Penal e Criminalística da Venezuela (CICPC) mostra foto do candidato opositor Edmundo Gonzalez Urrutia com a palavra 'procurado' — Foto: -/CICPC/AFP

Opositor González Urrutia chega à Argentina para encontrar Milei antes da posse de Maduro

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A visa faz parte do início de uma “turnê latino-americana” antes da posse presidencial de Maduro em 10 de janeiro. González exilou-se na Espanha em setembro passado e prometeu voltar para casa para “assumir ‘o cargo” em 10 de janeiro no lugar de Maduro. Há poucos dias, o opositor disse à AFP que espera que a data marque o “início de uma nova era, uma era democrática”, no país.

A chegada do opositor a Buenos Aires nesta sexta-feira foi confirmada por uma fonte presidencial à AFP e corroborada pelo venezuelano no X. “Começa nossa turnê pela América Latina. Primeira parada: Argentina”, escreveu González na véspera.

Folheto divulgado pelo Corpo de Serviços de Investigação Científica, Penal e Criminalística da Venezuela (CICPC) mostra foto do candidato opositor Edmundo Gonzalez Urrutia com a palavra ‘procurado’ — Foto: -/CICPC/AFP

O opositor venezuelano deve se encontrar com Milei no sábado de manhã na Casa Rosada, sede do governo argentino. e convocou a comunidade venezuelana na Argentina a se reunir na central Plaza de Mayo. Após seu encontro com o presidente da ultradireita, González viajará para Montevidéu para se reunir com o presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, e o ministro das Relações Exteriores, Omar Paganini.

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A reunião está marcada para a tarde de sábado na Torre Executiva, sede da Presidência, segundo fontes do governo confirmaram à AFP, e será um “sinal de apoio” às reivindicações do líder da oposição venezuelana sobre os resultados das eleições em seu país.

O Ministério das Relações Exteriores da Argentina anunciou na quinta que havia denunciado a Venezuela ao Tribunal Penal Internacional (TPI) pela “detenção arbitrária e desaparecimento forçado” do gendarme argentino Nahuel Gallo, de 33 anos, preso em 8 de dezembro e acusado de “terrorismo” pela promotoria venezuelana.

A Chancelaria argentina também solicitou medidas cautelares em favor de Gallo perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, descreveu a denúncia ao TPI como um “espetáculo lamentável”.

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A relação diplomática entre Milei e Maduro já era tensa, mas se desfez com a rejeição do resultado da eleição na Venezuela. Desde março, a Embaixada argentina em Caracas — cuja tutela foi assumida pelo Brasil — tem abrigado seis colaboradores da líder da oposição María Corina Machado, acusados de “terrorismo”. Um deles renunciou ao asilo em 20 de dezembro, deixou a legação e se entregou às autoridades. Os cinco restantes estão aguardando salvo-conduto para deixar o país.

Em 20 de dezembro, a Espanha concedeu asilo político a González, acusado pelo Ministério Público da Venezuela de crimes como “conspiração” e “associação para cometer um crime” e alvo de um mandado de prisão. Ele havia se exilado em Madri em 8 de setembro.

As autoridades eleitorais venezuelanas proclamaram a reeleição de Maduro para um terceiro mandato consecutivo de seis anos (2025-2031), sem até agora publicar detalhes da contagem de votos, enquanto a oposição denunciou fraude e reivindicou a vitória de González com base na publicação de registros eleitorais em um site.

A Argentina não aprova a reeleição de Maduro, assim como os Estados Unidos, a União Europeia e vários países latino-americanos. Sua proclamação provocou protestos que deixaram 28 pessoas mortas e cerca de 200 feridas, além de 2.400 detidos. Três dos detidos morreram na prisão e cerca de 1.400 foram libertados em liberdade condicional.

Maduro está se preparando para ser empossado para um novo mandato com o apoio das forças armadas, cujo alto comando declarou “lealdade absoluta” a ele.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, reuniram-se com González em setembro e outubro, e em dezembro o Parlamento Europeu concedeu o prêmio Sakharov a ele e à Maria Corina por seus “esforços para restaurar a liberdade e a democracia” na Venezuela.

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