O IFIX, principal índice de fundos imobiliários brasileiros, terá 5 novos FIIs em sua carteira teórica, elevando o número total para 117. A mudança reflete as dinâmicas do mercado, que busca se ajustar a um cenário de juros altos e oportunidades com fundos descontados. Saiba quais são os novos fundos.
Novos FIIs no IFIX
Os cinco novos fundos que passam a integrar o IFIX a partir de 6 de janeiro são:
- BBIG11 (BB Premium Malls): Fundo de shoppings, que recentemente assinou compromisso para adquirir fatias nos Pátio Higienópolis e Pátio Paulista, dois dos empreendimentos mais prestigiados de São Paulo.
- CCME11 (Canuma): Fundo focado em recebíveis imobiliários, com bom potencial de distribuição de dividendos.
- ICRI11 (CI IPCA): Fundo de crédito atrelado à inflação, uma escolha estratégica para proteger investidores em cenários de juros altos.
- ITRI11 (ITR): Fundo híbrido com foco em diversificação de ativos imobiliários.
- LIFE11 (Life): Fundo que investe em imóveis residenciais e comerciais, buscando equilíbrio entre crescimento e renda.
Esses fundos foram incluídos devido ao aumento de sua relevância no mercado e ao maior volume de negociações. A entrada deles reflete o interesse crescente em segmentos específicos, como crédito e shoppings, que têm mostrado resiliência.
Por outro lado, quatro fundos deixam o índice, como o BCFF11, que foi incorporado pelo BTHF11. A exclusão também inclui LGCP11, MCHY11, VSLH11 e ZAVI11, que perderam espaço nas negociações ou mudaram de estratégia.
Desempenho do IFIX em 2024
O IFIX encerrou 2024 com uma queda anual de 5,89%, registrando 3.116,28 pontos. Este foi o terceiro pior desempenho da história do índice, superado apenas por 2013 (-12,61%) e 2020 (-10,24%). Apesar da leve alta de 0,11% no último pregão do ano, o índice não conseguiu recuperar as perdas acumuladas.
A volatilidade marcou o ano de 2024, com o IFIX atingindo seu ponto mais baixo em 19 de dezembro, quando caiu para 2.878,39 pontos. A recuperação parcial no final do ano foi impulsionada pela busca de dividendos, que atraiu investidores a fundos negociados com descontos expressivos. Em dezembro, o dividend yield acumulado em 12 meses chegou a 11,98%, um atrativo significativo para quem busca renda passiva.
Fatores que impactaram negativamente o IFIX em 2024:
- Cenário macroeconômico: A Selic fechou o ano em 12,25%, após três aumentos consecutivos, reduzindo a atratividade de ativos de maior risco.
- Inflação elevada: Limitou a possibilidade de cortes nos juros e aumentou a pressão sobre os fundos.
- Risco regulatório: Discussões sobre tributação de dividendos trouxeram incertezas.
- Endividamento: Fundos enfrentaram desafios para equilibrar finanças devido ao custo elevado de capital.
Perspectivas do IFIX para 2025
Analistas projetam que 2025 será um ano desafiador para os FIIs, com a Selic podendo atingir entre 14% e 15% ao ano, tornando a renda fixa mais competitiva. Contudo, as oportunidades permanecem, especialmente para investidores com foco no longo prazo.
O que esperar:
- FIIs de crédito: Fundos atrelados ao CDI e ao IPCA devem continuar se beneficiando de juros altos.
- Dividend yield atrativo: Rendimentos na casa dos 12% ainda são uma alternativa relevante para quem busca renda passiva.
- Descontos significativos: O indicador Preço/Valor Patrimonial (P/VP) está em 0,8, o menor nível da última década, indicando que muitos fundos estão subvalorizados.
- Fundos de tijolo: Shoppings e galpões logísticos apresentam potencial de crescimento, enquanto setores como lajes corporativas e residenciais devem ser avaliados com mais cautela.
Especialistas recomendam diversificar os investimentos entre diferentes tipos de fundos e segmentos, analisando imóveis da carteira, perfil dos locatários e histórico dos gestores. Com preços atrativos e o cenário desafiador, 2025 promete ser um ano de oportunidades para quem souber equilibrar risco e retorno.