A Bolsa de Valores brasileira (B3) encerrou o pregão desta quarta-feira (11) em alta de 1,06%, aos 129.593,31 pontos, repercutindo a expectativa pelo Copom e, principalmente, a notícia de que o presidente Lula passaria por uma nova cirurgia nesta quinta-feira (12), divulgada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
O Ibovespa subiu quase 2% minutos após o comunicado e chegou à máxima de 130.898,89 pontos, refletindo a reação do mercado diante da possibilidade de Lula não participar da corrida eleitoral em 2026.
A alta dos bancos e da Petrobras também tiveram um importante papel na ascensão do índice. As ações que se destacaram no pregão foram Banco do Brasil ON (+2,13%), Itaú PN (+0,97%) e Bradesco ON (+2,30%). Já a Petrobras, que registrava queda, virou para o positivo e encerrou em alta de 0,71% (ON) e 1% (PN).
No Brasil, o mercado segue de olho no estado de saúde de Lula, que, Segundo o Secom, passou pelo procedimento de embolização no Sírio-Libanês, em SP hoje, às 7h25. Segundo o Médico, Roberto Kalil Filho, tudo correu bem e dará detalhes na coletiva à imprensa logo mais, às 10h.
No cenário econômico, destaque para o Copom, que ajustou a Selic em 1 ponto percentual (pp), por unanimidade, passando então para 12,25% ao ano.
No mercado internacional, destaque para a decisão do BCE, que deve reduzir os juros em 25pb, ainda que haja justificativas para redução maior, de 50 pb. Já nos Estados Unidos, o foco está na divulgação do PPI de novembro, que deve reforçar a sensação deixada pelo CPI de que o Fed promoverá mais um corte de juro na próxima semana.
Manchetes desta manhã
- Banco Central anuncia choque de juros e intervenção no câmbio (Folha)
- BC eleva Selic em 1 ponto para 12,25%, e vai intervir no dólar (Estadão)
- CCJ do Senado derruba ‘imposto do pecado’ sobre arma e refrigerante (Estadão)
- Avaliação do governo fecha ano estável, mas economia desafia (O Globo)
- Dólar cai a R$ 5,96 com possível impacto na eleição de 2026 (O Globo)
- Após mudanças na CCJ, Reforma Tributária vai ao planário do Senado (O Globo)
- Colocar acordos em prática é desafio da COP30 (Valor)
- Setor de data centers atrai investimento estrangeiro (Valor)
- AIE espera mercado de petróleo confortavelmente abastecido em 2025, apesar do aumento da demanda (Reuters)
- Rendimento dos títulos do Tesouro de 10 anos sobe; investidores digerem dados de inflação (CNBC)
- Aumento do dólar provoca maior queda em moedas de mercados emergentes em 2 anos (Financial Times)
- Meta doa US$ 1 milhão para fundo de posse de Trump (Financial Times)
Mercado global
As bolsas da Europa operam em alta, à espera da decisão do BCE. O mercado alimenta a expectativa de corte de 25 pb nos juros, embora tenha uma possibilidade de ajuste de -50 pb, considerando que a zona do euro corre risco de recessão e enfrenta instabilidade política. O BCE também deve revelar as últimas projeções trimestrais sobre o crescimento e inflação. Já o O Banco Central da Suíça surpreendeu o mercado ao cortar juros em 50 pontos, a 0,50%.
Na Ásia, as bolsas operaram no positivo com as ações de tecnologia, que foram impulsionadas por uma alta expressiva da Nasdaq (NY). O pregão desta quinta-feira (11) encerrou com a expectativa de novos estímulos na China, que acabou se concretizando após o fechamento do mercado asiático.
A China anunciou medidas de estímulo econômico para 2025, incluindo aumento do déficit orçamentário, cortes nas taxas de juros e redução dos requisitos de reserva bancária. O governo planeja maior transferência de títulos especiais para investimentos em infraestrutura. No entanto, os detalhes sobre as metas de crescimento e orçamento serão divulgados em março, durante as sessões legislativas.
Em Nova York, o S&P 500 futuro cai 0,2%, FTSE 100, em Londres, sobe 0,2%, o Nikkei fechou em alta de 1,2% e o Shanghai +0,8%.
Confira os principais índices do mercado:
- S&P 500 Futuro -0,2%
- FTSE 100 +0,2%
- CAC 40 estável
- Nikkei 225 +1,2%
- Hang Seng +1,2%
- Shanghai SE Comp. +0,8%
- MSCI World +0,1%
- MSCI EM +0,7%
- Petróleo WTI +0,1% a US$ 70,33 barril
- Petróleo Brent +0,1% a US$ 73,62 barril
- Futuro do minério em Singapura +1,3% a US$ 105,9
- Bitcoin -1% a US$ 100639,5
Commodities
- Petróleo: O petróleo bruto se estabiliza após ganhos acentuados na véspera. O Brent/fev sobe 0,01%, a US$ 73,53 e o WTI/jan avança 0,04%, a US$ 70,32.
- Minério de ferro: fechou em alta de 1,25% em Dalian, na China, cotado a US$ 111,85/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em alta de 1,17%, cotado a US$ 105,80/ton. O mercado à vista está em alta de 0,87%, cotado a US$ 106,05/ton.
Copom em foco
Em meio à preocupação dos investidores com o atual cenário fiscal, além da frustração com o pacote de corte de gastos anunciado, nesta quarta-feira (11), após o fechamento do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa básica de juros Selic em 1 ponto percentual (pp), que passa a compor 12,25% ao ano. O Banco Central (BC), na última reunião sob liderança de Roberto Campos Neto, ainda sinalizou juros de 14,25% em 2025.
Com a decisão unânime, o final do ano de 2024 destoa completamente da projeção do mercado financeiro, que esperava uma queda da Selic abaixo de 10%. Segundo a autarquia, há outros fatores que influenciam a desancoragem das expectativas de inflação, tais como a resiliência na inflação de serviços, a conjunção de políticas econômicas interna e externa e a desaceleração da atividade econômica global mais acentuada.
Cenário internacional
Nos EUA, a agenda do dia traz como destaques a divulgação do PPI de novembro e os pedidos semanais de seguro-desemprego às 10h30;
Na Europa, o BCE divulga sua decisão às 10h15, com entrevista da presidente, Christine Lagarde, em seguida, às 10h45. A expectativa é de corte de 0,25 ponto percentual da taxa de juros.
Na Coreia do Sul, o presidente, Yoon Suk Yeol, disse que não tem intenção de renunciar ao cargo e que enfrentará o impeachment ou investigação.
Cenário nacional
No Brasil, destaque para a divulgação do volume de vendas no varejo em outubro; além do leilão de linha no mercado de câmbio de até US$ 4 bilhões, pelo Banco Central, entre 10h20 e 10h40; o leilão de LTNs e NTN-Fs do Tesouro e a divulgação dos dados do setor de veículos pela Anfavea, às 10h.
Às 10h, o Senado abre sessão para votar a regulamentação da reforma tributária, aprovada na véspera, na CCJ.
No mercado financeiro, ontem o dólar recuou 1,3%, a R$ 5,96, e o Ibovespa subiu 1,06%, aos 129.593 pontos.
Destaques no mercado corporativo
- Suzano: realiza hoje encontro com analistas e investidores.
- Ambev: pagará R$ 10,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio.
- Oi: anunciou mudanças no conselho de administração e anunciará hoje uma nova diretoria, segundo o Valor.
- CCR: registrou em novembro um aumento de 0,6% no tráfego nas rodovias administradas.
- Carrefour e o Grupo Pão de Açúcar: realizaram demissões de funcionários para corte de custos, publicou o Valor.
- Cielo: anunciou a emissão de R$ 4,5 bilhões em debêntures.
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